Com mistura de Blues e Folk, Robert Plant relembra o passado em BH

Wallace Graciano - Do Hoje em Dia
21/10/2012 às 13:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:24
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

Certamente o público que lotou o Expominas na noite do último sábado (20) não pensava em assistir a uma celebração ao Led Zeppelin. Mas ao subir ao palco com sua banda, a Sensational Space Shifters, Robert Plant levou aos fãs um pouco do que eles tanto esperavam: uma amostra do grupo que cativou milhões de fãs no passado, em meio a um som que fazia releitura de sucessos de outrora com pitadas de influências orientais e afrobeats. Era o bastante. O “Deus Dourado” provou que ainda possui uma voz marcante, envolvida com seu gestual peculiar de um monstro do Rock.

As madeixas loiras com toques grisalhos em forma rebelde deixaram claro que ali haveria uma nova experiência por parte do cantor. Com uma canequinha em mãos e um certo tom de autoironia, Plant convidou o público a fazer parte de sua nova banda ao tocar “Tin Pan Valley”. A cena psicodélica ficou evidiente com “44”, que levava aos fãs um rock com guitarras mais virtuosas. 

Quem ainda tentava se encaixar nas novas experiências de Plant foi convidado a participar da festa nos acordes acústicos de “Friends”, clássico do álbum “Led Zeppelin III”, que levava ao público uma nova versão (nem tão distante do original), com uma base mais forte do folk. 

A ela somou-se  “Spoonful”, momento em que o músico africano Juldeh Camara entrou no palco tocando ritti (uma espécie de um violão de uma corda africano). Ele foi um dos responsáveis diretos pela nova experiência em “Black Dog”, que levou ao público os acordes com toques do afrobeat. Nesse momento, Plant deixou em frenesi seus fãs com seus potentes acordes que traziam um toque saudosista à plateia. O mesmo aconteceu em “Gallows pole” e “Rumble on”, que, se não eram tão potentes e explosivas como nos tempos de Led, deixaram vivas as marcas do passado dos monstros do rock.

Após amostras do repertório de sua banda, o “Deus Dourado” inovou nos acordes para entreter o público com a versão de “Whole Lotta Love”, uma das músicas que o Led deixou para a eternidade. Mas foi no seu bis, tocando “Going to California”, que Plant mostrou o apogeu do som. Enquanto desafiava o público a competir com sua potente voz, o vocalista não deixou de tirar lágrimas daqueles que viam ao vivo um dos ícones da história do rock. O gran finale veio com “Rock and Roll”, que resumiu bem o show: novas experiências, vocais potentes e um público nostálgico que seguramente esperava um pouco mais, mas ficou satisfeito em ver que haviam traços dos tempos em que “Os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra”. Afinal, era o Plant, e isso bastou.   Encontro de gerações   Entre as milhares de pessoas que lotaram as dependências do Expominas (que deixaram a desejar, diga-se de passagem, principalmente o telão), várias gerações se encontraram para ouvir um pouco daquele músico que entrou para a eternidade.   Um dos exemplos foi o economiário Ricardo Couto. Fã do Led Zeppelin desde os áureos tempos da banda, ele esteve acompanhado da filha Mirella e não escondeu a satisfação por ver ao vivo um de seus ídolos. “Não dá para descrever. Sou fã do Led Zeppelin desde 1974, tenho a discografia, inclusive alguns em vinil. Em uma satisfação estar aqui. Não me importo se o Plant não está ao lado do Page, do Bonham, do Paul Jones. Pela primeira vez vou vê-lo ao vivo. É difícil explicar minha felicidade”, contou.   A expectativa do pai foi a mesma de Mirella. A jovem estudante de ciências biológicas não deixou de mostrar sua felicidade após o show. “Eu achei que foi tudo lindo e mágico, ainda mais pelo fato de ser quem o Robert é. Apesar de eu gostar de mais agito, foi uma coisa diferente do que eu estou acostumada. Mas já era esperado mesmo e acho que o público gostou das partes agitadas. Foi legal ver também várias gerações unidas, não só eu e meu pai, que me mostrou muitas bandas, inclusive Led, e foi quem me fez gostar do que eu gosto hoje, mas várias famílias também. Valeu muito o investimento e, como eu estava conversando com ele, se houver uma próxima, vale comprar a pista Vip”, avaliou.   Agora, outros fãs do Brasil terão a oportunidade de acompanhar a turnê de Robert Plant. O cantor passa por São Paulo dias 22 (ingressos esgotados) e 23, no Espaço das Américas; Brasília, dia 25, no Ginásio Nilson Nelson; Curitiba, dia 27, no Teatro Guaíra; e Porto Alegre, dia 29, no Gigantinho.   Set list completo 1- Tin Pan Valley 2- 44 3- Friends 4- Spoonful 5- Somebody Knocking 6- Black Dog 7- Song to the Siren 8- Bron-Y-Aur Stomp 9- Enchanter 10- Gallows Pole 11- Ramble On 12- Fixin’ to die 13- Whole Lotta Love 14- Going to California 15- Rock and Roll

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