Exótico Felino

Com produção breve e poucas unidades, o XJ Coupé é uma raridade de Jaguar

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 02/03/2022 às 08:32.

Em março de 1961,durante o Salão de Genebra, reza a lenda que o comendador Enzo Ferrari caminhou até o estande da Jaguar e disse em alto e bom som que o E-Type era o carro mais bonito já criado. O elogio vindo do fundador de uma das marcas mais simbólicas do planeta era ao mesmo tempo um reconhecimento de talento e também uma espécie de maldição. Afinal, o que a Jaguar
mostraria depois daquele esportivo?

A resposta demorou tanto para vir que muita gente se esqueceu das palavras do velho italiano. O E-Type saiu de linha em 1975, ano
em que foi substituído pelo XJS, um Gran Turismo de luxo, com linhas modernas, mas sem o mesmo brio para ofuscar novamente os olhos do velho italiano.

O CUPÊ

Antes do XJS a Jaguar também lançou o belíssimo, mas quase desconhecido, XJ-C ou XJ Coupé. Tratava se de uma versão duas portas do sedã XJ e que levava a expressão francesa, que significa “cortado” ao pé da letra.

Essa versão encurtada do sedã tinha o mesmo estilo visual, e com os característicos faróis duplos, foi apresentada em 1973, junto com a segunda geração do sedã, chamada de Série II. 

Era uma opção mais espaçosa que o E-Type. Ele oferece bancos traseiros capazes de levar adultos de forma confortável, diferentemente da configuração 2+2 do E-Type que servia mesmo como porta-objetos. 

Era o meio-termo entre a jovialidade do E-Type e a aristocracia do XJ. O cupê seguia linha onde que a conter-râneaBentley atuava desde os anos 1930, assim como o MercedesBenz SE Coupé (W108), que misturava esportividade, sem abrir mão do conforto
e refinamento. 

A produção do carro, no entanto, só teve início em 1975. O cupê apresentava falhas de projeto. Nada drástico, mas tinha problemas de vedação, algo inconcebível num carro de baixo custo e que era pecado mortal num Jaguar.

MOTOR

Sob o capô, ele podia ser equipadocommotorseiscilindros4.2decercade180cv e também com um V12 5.3 de 270 cv. Os dois motores eram combinados com caixa automática de três marchas. A tração era traseira. Apesar de charmoso, sua produção não foi duradoura.

O modelo ficou em linha até 1978 e acumulou pouco mais de 9 mil unidades. O motivo da aposentadoria precoce se deu pela concorrência interna com o XJS, que chegou praticamente junto do XJ Coupé. 

Seu irmão ficou em linha até 1996 e acumulou 114 mil unidades produzidas. No entanto, o eclipse do XJS fez do XJ Coupé um dos
modelos mais raros da Jaguar, mas sem custar uma fortuna, como o E-Type.

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