O fim de ano está chegando, mas ainda é possível conseguir meios para aumentar a dedução de benefícios fiscais na declaração de Imposto de Renda (IR) de 2021. Uma das formas de conseguir ampliar os benefícios e ainda fazer uma reserva futura é optar pelos planos de previdência privada. Existem dois tipos mais comuns de fundos: o PGBL e o VGBL. No PGBL, o imposto de renda é cobrado sobre o valor total acumulado no período. Já no VGBL, o imposto é cobrado apenas sobre os rendimentos. Agora, quem deseja ter estes benefícios, precisa fazer os aportes financeiros no máximo até 30 de dezembro, para conseguir as deduções no IR.
O PGBL tem como um dos grandes apelos a possibilidade de diferimento de até 12% da renda bruta para a base de cálculo do IR. No entanto, o participante precisa fazer a declaração do imposto de renda pelo modelo completo. Para a consultora financeira Rita Mundim, o VGBL é interessante pois garante que o investidor use o dinheiro que seria utilizado para o pagamento do “Leão” para novos investimentos.
“O bom deste tipo de plano de previdência é que as pessoas pagam menos imposto agora e podem colocar esse dinheiro para render fazendo mais poupança e só acertar as contas com a Receita Federal lá na frente”, destaca Mundim.
Entretanto, um detalhe que não pode passar despercebido por quem opta por este tipo de plano de previdência é que, no momento do resgate, 15% do montante total fica retido na fonte e pode sofrer ajuste na declaração do IR. Ou seja, o valor descontado pode ser ou não restituído, dependendo de outros rendimentos tributáveis.
Apesar do benefício tributário, a avaliação dos especialistas é que os investidores brasileiros ainda não aproveitam esse produto tanto quanto poderiam.
Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) mostram que até o mês de outubro, o PGBL representava apenas 18% de todo o montante de produtos de previdência privada no país.

De acordo com Rita Mundim, o benefício tributário – que pode equivaler a longo prazo até três anos de salário com a economia gerada – ainda não é o mais escolhido por falta de informação.
“As pessoas perdem esta oportunidade pela falta de informação. Quanto mais informadas elas ficam, mais optam por este tipo de plano de previdência”, esclarece a consultora.
Já o VGBL é indicado a quem declara o Imposto de Renda pelo modelo simplificado ou deseja investir mais do que 12% da renda bruta anual tributável. Segundo o consultor Paulo Vieira, o VGBL é especialmente indicado para quem está pensando em definir quais os herdeiros que vão ficar com o dinheiro no futuro.
“Ao contrário dos outros bens, os recursos aplicados neste tipo de plano não entrarão no espólio, nem no inventário, pois os beneficiários – e também o percentual de cada um – já são definidos no momento em que o plano é contratado”, explica Vieira.