Logotipo Hoje em Dia

Redação: (31) 3253-2207

Terça-Feira,30 de Abril

Coronavírus estremece relações entre prefeitos e deputados mineiros

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
16/04/2020 às 08:44.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:17

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

Os ânimos andam acirrados entre prefeitos mineiros que adotam duras medidas restritivas para tentar frear a propagação da Covid-19 e parlamentares municipais e estaduais contrários a tais ações. 

Depois de desavenças do tipo entre vereadores da capital e o prefeito Alexandre Kalil, nesta semana, ontem foi a vez de a Associação Mineira de Municípios (AMM) manifestar-se contra declarações de cinco deputados estaduais, feitas na terça-feira em reunião extraordinária da Assembleia Legislativa. O tema era justamente o rigor supostamente excessivo de alguns chefes de Executivo contra a Covid-19. 

Citados no documento da AMM, Bartô (Novo), Bruno Engler (PRTB), Sargento Rodrigues (PTB), Arlen Santiago (PTB) e João Leite (PSDB) foram acusados de terem tecido “ofensas infundadas e genéricas, sem qualquer embasamento, insinuando a falta de lisura e ética dos prefeitos e prefeitas de Minas Gerais nos investimentos dos recursos públicos para o enfrentamento ao coronavírus e nas ações de isolamento social de suas cidades”.

“Alguns prefeitos estão indo bem além de sua competência. Kalil, por exemplo, determinou por decreto que a Guarda Municipal impedisse ônibus de outras cidades de entrar em BH. Isso é ilegal e inconstitucional”Sargento Rodrigues (PTB) - deputado estadual

A reportagem na qual a nota se baseia foi, curiosamente, retirada do site da Assembleia logo após a nota vir a público. A reportagem do Hoje em Dia conversou, contudo, com dois dos parlamentares mencionados. 

O tucano João Leite negou que tenha críticado prefeitos. “Pelo contrário, defendi e fui voto vencido na proposta de que todas as prefeituras tivessem reconhecido estado de calamidade”, disse. Já o Sargento Rodrigues reiterou posição exposta na terça. 

“O que eu disse e reafirmo é que alguns prefeitos estão indo muito além da sua competência ao fixar algumas medidas. Kalil, por exemplo, determinou por decreto, que não é lei, que a Guarda Municipal impedisse ônibus de outras cidades de entrar em BH. Agora quer obrigar o cidadão a usar máscara”, afirmou. “Um prefeito não pode suprimir direitos e garantias fundamentais. Não pode rasgar a Constituição, ainda mais por meio de decreto”, enfatizou. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por