Corrupção motiva expulsão de mais de 3 mil servidores

Bruno Moreno - Hoje em Dia
30/11/2014 às 09:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:12

Desde o primeiro mandato do Partido dos Trabalhadores (PT), com Luiz Inácio Lula da Silva à frente do governo federal, em 2003, mais de 5 mil funcionários públicos foram expulsos por demissão, cassação de aposentadoria ou destituição de cargos da União.   Esse número corresponde a menos de 1% do total, que atualmente soma 542.748 servidores federais. No ranking dos estados e do Distrito Federal, Minas Gerais aparece em penúltimo lugar.   Percentualmente, o Estado está à frente apenas do Piauí, conforme levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), atualizado até o último mês de outubro (veja infográfico).   Quem lidera o ranking é o Amazonas, que teve 201 penas expulsivas nesse período de quase 12 anos. O número de punições é menor do que o de Minas (232) e de outras unidades da federação, mas como nesse Estado do Norte trabalham menos empregados (9.392) do governo federal, o percentual é alto, chegando a 2,14%. Em média, a cada ano 418 servidores foram expulsos dos cargos na União, desde 2003.   Quando os auditores da CGU analisaram as razões que motivaram as demissões, a grande maioria (67,4%) foi fundamentada em atos relacionados à corrupção, o que corresponde a 3.387 funcionários.   Em segundo lugar aparecem o abandono de cargo, inassiduidade ou acúmulo ilegal de cargos públicos(22,12%). As justificativas para as outras expulsões estão relacionadas a desleixo (2,93%) e à participação em gerência ou administração em empresas privadas. Nesse último motivo, 326 servidores foram punidos no período.   Previdência é líder   De todos os órgãos da administração pública federal auditados pela CGU, o líder absoluto em expulsões é o Ministério da Previdência Social. Entre 2003 e outubro deste ano, 1.304 funcionários foram punidos e deixaram o cargo pela porta dos fundos.   A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a assessoria de imprensa da pasta ministerial, que afirmou ser a maior parte deste número referente a fraudes no Instituto de Nacional de Seguro Social (INSS).   Entretanto, nem o ministério nem o INSS informaram os motivos dos desligamentos dos trabalhadores e quantos são referentes a esquemas ilícitos.   Segundo a assessoria de imprensa, como há muitas tentativas de fraudes no sistema de concessões de pensões e aposentadorias, há no ministério e no INSS um grupo especializado que busca coibir as tentativas de golpes contra o tesouro, por isso o número de expulsões é alto.   Em segundo lugar no ranking aparece o Ministério da Justiça, com 796 penas expulsivas. A pasta foi procurada pela reportagem para comentar o assunto, mas não respondeu à demanda.   O único ministério que não teve servidor expulso foi o do Desenvolvimento Social (MDS), no qual trabalham 642 pessoas. A assessoria de imprensa do MDS informou que realiza controles tradicionais da administração pública, “exercidos por meio da controladoria interna, CGU, TCU e supervisionados por uma unidade de corregedoria interna”.   Para o ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, os números não refletem mais casos de irregularidades, mas apontam uma melhoria nos órgãos de controle do poder público.   “Não é que esteja aumentando o número de ilícitos, o que ocorre é aumento de eficiência do sistema. O aprimoramento dos procedimentos da capacidade do pessoal que vem sendo treinado para conduzir os processos. A criação de unidades de corregedorias nos diversos órgãos também contribui para esse resultado”, afirmou.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por