Corte adicional de despesas no orçamento da União

Hoje em Dia
18/07/2013 às 06:30.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:09

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cancelou a viagem que faria na quarta-feira (17) à Rússia para participar da reunião do G20, um grupo formado pelos 20 países mais desenvolvidos do mundo, entre eles o Brasil. O motivo do cancelamento: o ministro vai tentar aqui resolver a questão do corte adicional no orçamento da União.

A proposta da equipe econômica era cortar entre R$ 11 bilhões e R$13 bilhões nos próximos seis meses, mas ministros que seriam mais afetados resistem. Eles alegam que o corte vai reduzir ainda mais o crescimento do PIB brasileiro em 2013. Dos 4,5% previstos no começo do ano, caiu pela metade na previsão feita hoje por economistas.

Os cortes são necessários, na opinião de Mantega, que voltou a discutir a questão com a presidente Dilma Rousseff, para assegurar que um percentual do Produto Interno Bruto esteja disponível para o pagamento dos juros da dívida do governo. O ministro teme que, se a meta de superávit primário não for cumprida, vai ficar mais oneroso para o Tesouro Nacional captar recursos no mercado financeiro para a rolagem da dívida.

A dificuldade do governo para definir os cortes não está apenas no arrefecimento do crescimento do país, que pode se aprofundar com a redução dos gastos. Ocorre que, impulsionados pelas manifestações nas ruas, os congressistas vêm aprovando leis que poderão ter sérias consequências sobre o equilíbrio das finanças públicas. Sem ao menos, conforme advertiu quarta-feira o ex-ministro Delfim Netto, corrigir os desequilíbrios sociais.

Cortar custos implica, muitas vezes, mudar atitudes e formas de governar. Só para exemplificar: em 1979, o governador Francelino Pereira, um piauiense nomeado para o cargo pelo ditador Geisel, sancionou a Lei 7.561, que declarou o dia 16 de julho como o Dia do Estado de Minas Gerais. No ano seguinte, foi criada por lei municipal a Medalha do Dia do Estado de Minas Gerais. E a cada ano, dezenas de pessoas são homenageadas e a sede do governo é transferida para aquela que, durante nove anos, foi capital da província de Minas, por decisão do rei de Portugal. O governo de Minas não divulga quanto gasta com essa mudança simbólica de sua sede. E nem é preciso perguntar se tais gastos atendem aos que saíram às ruas para pedir mudanças, nas últimas semanas.

Em Mariana, não houve manifestações no dia 16. O forte esquema de segurança montado na cidade conseguiu manter o povo à distância. Ou terá sido o desinteresse pela data? 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por