Crise da Argentina pode reduzir exportações brasileiras de veículos e autopeças

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
12/05/2018 às 21:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:48

A crise na Argentina pode culminar com a redução das exportações brasileiras de carros e autopeças para o país vizinho. Atualmente, a participação da Argentina nas exportações brasileiras é de cerca de 8% e a maior parte é do setor de veículos. De janeiro a abril, as exportações totalizaram US$ 74,299 bilhões. Desse total, US$ 6,060 bilhões são referentes à Argentina.

Dos produtos exportados para a Argentina, cerca de 33% são automóveis. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) adiantou que ainda não há como prever como se dará a redução das exportações. A entidade informou que 76% das exportações do setor vão para a Argentina, seguido do México (7%), Chile (5%), Uruguai (4%), Colômbia 3% e Peru (2%).

Empréstimo

Em crise econômica, a Argentina recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para equilibrar a situação financeira do país. A decisão foi tomada depois da disparada do dólar. O governo quer obter respaldo financeiro para acalmar os ânimos dos investidores e frear a saída de capitais do país, cuja economia, segundo o presidente argentino, Maurício Macri, é uma das mais dependentes de recursos estrangeiros. 

O ex-secretário de Comércio Exterior da Argentina, Welber Barral, lembra que a Argentina é o principal importador de produtos manufaturados no Brasil, como veículos e autopeças. "Evidentemente, uma crise na Argentina afeta esses setores”, disse. Para Barral, se a Argentina conseguir o empréstimo no FMI, o nível de especulação cambial diminuirá, o que fará com que o país não reduza muito as importações.

Segundo Barral, a competitividade do setor automotivo brasileiro é maior na Argentina por conta do Mercado Comum do Sul (Mercosul), já que os produtos nacionais não pagam impostos no país vizinho.

A pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) Lia Baker Valls Pereira também confirmou que o efeito da crise argentina no Brasil se restringirá à balança comercial.
“No Brasil, a exportação não é o principal elemento do Produto Interno Bruto (PIB). A Argentina é a terceira importadora do Brasil”, avaliou.

Ela explicou, ainda que o empréstimo do FMI virá repleto de restrições, já que a Argentina tem um problema de déficit fiscal, déficit externo, tem inflação alta. 
"A Argentina vai se comprometer a um controle inflacionário e fiscal mais austero”, disse. Lia acrescentou que o presidente argentino Mauricio Macri optou por fazer um ajuste gradual na economia, mas não obteve os resultados pretendidos.

 Com informações da Agência Brasil

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