Cúpula tucana reage à ala pró-cunha e cobra engajamento por Júlio Delgado

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
28/01/2015 às 08:11.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:49
 (VALTER CAMPANATO/AGENCIA BRASIL )

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Depois de o PSB ter recorrido ao senador Aécio Neves (PSDB) para evitar a dissidência tucana à campanha de Júlio Delgado (PSB) pela presidência da Câmara dos Deputados, foi descartada a possibilidade de o socialista retirar a candidatura dele. Os correligionários Fernando Henrique Cardoso (FHC) , o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra (PSDB-SP) também manifestaram “inquietação” com o movimento pró-Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eles cobraram engajamento das lideranças do partido contra o nome que poderia definir a disputa no primeiro turno no domingo (1º).

A ideia de o PSB desistir da disputa não é confirmada pelo socialista, mas chegou a ser ventilada antes da investida tucana, segundo deputados de Minas. Isso em decorrência das últimas declarações de deputados do PV, PSB, e até do PSDB e PPS de que a terceira via tornou-se “fraca e inviável”.

Os outros nomes que concorrem ao posto são Chico Alencar (PSOL-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Esse último tem o apoio de outra forte liderança em Minas: o governador Fernando Pimentel (PT).

“Faremos uma reunião na sexta-feira para definir o assunto e a decisão que prevalecer será a do partido. Eu reafirmo o compromisso que temos com Júlio e vou defender essa posição”, garantiu Aécio.

FHC também conversou sobre o assunto com Serra. O senador paulista teria dito ser um “absurdo o partido priorizar a derrota do PT ao que é melhor para o país”. Alckmin também foi acionado por Aécio na última terça-feira (27) e disse que ligará aos 14 deputados da bancada paulista para demovê-los da ideia da debandada.

O racha ao apoio à candidatura de Delgado tem sido liderado por parlamentares de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A avaliação dos tucanos é que o peemedebista representa hoje um nome alinhado à oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Congresso independente

“O fundamental é a aposta no Júlio, que apesar de não ser a candidatura com maior apoio, garante a pauta independente do Congresso e a apuração dos escândalos da Petrobras e de CPIs ou CPMIs”, afirmou o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB).

Em um eventual segundo turno na disputa pela presidência da Câmara sem o nome de Delgado, os tucanos mineiros apoiariam Cunha, seguindo a ala paulista do partido. “Seria até deselegante dizer isso. Estamos é torcendo para o Júlio vencer. Depois, ficaríamos com quem tem maior sinergia com a oposição”, acrescentou Rodrigo Castro. Na última terça-feira (27), os celulares de Delgado e assessores estavam desligados.
 

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