Dado Villa-Lobos lança "Memórias de um Legionário"

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
14/06/2015 às 10:01.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:28
 (PABLO KOURY/divulgação)

(PABLO KOURY/divulgação)

Há muitos livros lançados sobre a Legião Urbana ou a história do rock oitentista brasileiro, mas agora os fãs da banda poderão saber um pouquinho mais com “Dado Villa-Lobos – Memórias de um Legionário” (Mauad X), escrita pelo guitarrista ao lado de Felipe Demier e Romulo Mattos.

No livro, o músico conta um pouco sobre sua infância e adolescência como filho de diplomata – por isso, Dado nasceu em Bruxelas e chegou a morar em Montevidéu e Paris – e detalha a trajetória da banda que lhe apresentou ao país.

Desde a introdução, o músico deixa claro que nunca havia pensado em escrever e expõe suas limitações para uma escrita mais elaborada. Só deu continuidade ao projeto porque pôde contar com o jornalista Demier (seu parceiro no futebol) e Mattos (um pesquisador sobre a temática).

A contribuição dos parceiros escritores é fundamental para que o livro não fique monótono. A todo momento, a narrativa relembra trechos de livros que trataram da Legião – escritos por Arthur Dapieve, Érica Magi, Ricardo Alexandre e outros – e confronta informações. Não são os momentos em que Dado questiona mais de uma versão sobre o mesmo caso.

E o interessante é que Dado não confia apenas em sua memória, mas se vale especialmente do farto material guardado por sua esposa, Fernanda – desde o período em que foi empresária da banda, ela guardou tudo que havia de impresso sobre a Legião, como releases e recortes de jornais. O acervo é fundamental para que Dado tenha precisão sobre datas.

Russo

Quem pegar “Memórias de um Legionário” para tentar descobrir um pouco mais sobre a intimidade de Dado ficará um pouco decepcionado. O autor é sequer o protagonista das melhores histórias.

Na verdade, ao retratar a trajetória da Legião, o guitarrista acaba colocando em Renato Russo o papel do protagonista. Era o vocalista quem catalisava os momentos mais controversos, divertidos, estranhos e intensos.

Dado não se furta em deixar clara sua admiração e gratidão pelo amigo. Para se ter uma ideia de como o Renato é o centro das atenções das memórias, o livro é introduzido com um pequeno texto sobre como Dado lidou com o dia que foi “talvez o dia mais triste” de sua vida: a morte do vocalista.

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