Deputados nos devem leis que promovam mudanças

Do Hoje em Dia
22/01/2013 às 06:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:51

Há 53 anos, ao discursar na inauguração de Brasília, o presidente Juscelino Kubitschek, mineiro de Diamantina, afirmou que a cidade recém-nascida envolvia a certeza de uma época de maior dinamismo, de maior dedicação ao trabalho e à Pátria. O que pensaria hoje JK, se ele pudesse ler o levantamento apresentado no último domingo, pelo Hoje em Dia, sobre o trabalho dos deputados federais mineiros eleitos em 2010?

Certamente, ele não estaria tão otimista. Do mesmo modo, o ex-deputado e ex-governador Tancredo Neves, que em discurso em janeiro de 1985, depois de vitorioso na campanha a presidente da República, afirmou que a política é a mais nobre e recompensadora das atividades humanas, pois significa servir ao povo com dedicação incansável. Terá sido isso o que fizeram os deputados federais mineiros nos últimos dois anos?

É decepcionante saber que nesse período eles apresentaram 430 propostas e nenhuma virou lei. Quase metade já foi rejeitada, arquivada ou retirada de pauta. Provavelmente, por serem irrelevantes. Por certo, não é relevante um parlamentar tentar batizar estradas ou vias públicas com o nome de pessoas, mesmo que elas tenham honrado o próprio nome, como o ex-vice presidente José Alencar Gomes da Silva.

E foi o que fizeram, de mais importante, alguns de nossos representantes. Inclusive aquele que mais se destacou no noticiário nacional no ano passado, por ter sido o relator da CPI do Cachoeira que terminou de forma vexaminosa. O deputado Odair Cunha (PT) aparece no levantamento como autor de duas propostas, ambas para dar nomes a logradouros públicos. Pior ainda: os deputados Aracely de Paula (PR) e João Magalhães (PMDB) não apresentaram qualquer projeto de lei, embora Minas e o país necessitem de mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais. “Mudanças reais, efetivas, corajosas, irreversíveis”, como queria Tancredo naquele seu discurso. Para que, conforme afirmou, seja democratizado o acesso à propriedade, sem confundir a defesa da livre iniciativa e da propriedade, “com a proteção aos privilégios de forças econômicas e financeiras”.

Os deputados estão nos devendo leis que promovam mudanças. Temos o direito de esperar deles ideias inteligentes para resolver nossos problemas mais urgentes. Eles somente vão ganhar o respeito dos pares, que pensarão duas vezes antes de jogar no lixo suas propostas, se apresentarem algo que realmente interessa ao país e a Minas Gerais.

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