Discurso e realidade sobre a educação em Ipatinga e Santa Luzia

Do Hoje em Dia
03/02/2013 às 07:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:39

  O discurso de que a educação é uma prioridade foi desmentido por prefeitos que deixaram os cargos no começo deste ano, pelo menos em Ipatinga e Santa Luzia, municípios mineiros não listados entre os mais pobres do Estado. No primeiro, as aulas para 19 mil alunos de 37 escolas municipais só começam depois do Carnaval, porque os prédios estão sendo reformados. No segundo, mais de 36 mil alunos da rede municipal ficarão sem aulas até que laudos do Corpo de Bombeiros atestem que as escolas onde eles estão matriculados não oferecem riscos.    A nova administração de Santa Luzia, na Região Metropolitana, encontrou escolas destelhadas, com salas alagadas e cozinhas e banheiros sem condições de uso. Uma escola inaugurada há apenas seis anos mostra preocupantes sinais de deterioração. E a culpa não é apenas do prefeito anterior que deixou a cidade sem recolhimento de lixo no último mês, pois as telhas arrancadas por um vendaval no fim de dezembro não foram ainda repostas, passado mais de um mês.    Em Ipatinga, no Vale do Aço, a Secretaria Municipal de Educação afirma que não há dinheiro para pagar os fornecedores de merenda escolar. Em Bom Despacho, no Oeste de Minas, está em vigor um processo seletivo realizado pela prefeitura em 2011, mas o novo prefeito teve que abrir inscrições para contratação temporária de profissionais, para que as aulas possam recomeçar. Os aprovados no concurso terão prioridade nessa contratação, mas não serão ainda efetivados, por falta de recursos.    Não existe um quadro completo da situação das escolas públicas municipais mineiras. É possível até que os casos já relatados façam parte de uma minoria. Em Uberlândia, por exemplo, servidores de 115 escolas municipais se reuniram normalmente, sexta-feira passada, na Secretaria Municipal da Educação, preparando-se para o início do ano letivo, que começa ali no próximo dia 7.   O governo de Minas, ao contrário de algumas prefeituras, afirma que investiu nas escolas da rede pública estadual R$ 407,8 milhões, em 2012, em obras e equipamentos. Só na compra de 8.300 computadores para 1.085 escolas, gastou R$ 11 milhões. Seria bom se pudesse investir mais recursos também em pessoal.   Para os que trabalham nas escolas situadas na capital, o calendário oficial, que começa amanhã, prevê a interrupção das aulas entre os dias 17 e 26 de junho, por causa dos jogos da Copa das Confederações no Mineirão. Mas aí se trata de outro discurso...

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