
Com movimento financeiro estimado em R$ 52 bilhões para 2018, o setor de vestuário infantil comemora a saída da crise. Depois de sofrer redução entre 2015 e 2016, a receita hoje é 5,3% maior que a registrada em 2017, segundo levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial. O aquecimento do mercado permitiu, por exemplo, a criação e a expansão de eventos voltados para a moda infantojuvenil, como o Minas Fashion Kids (MFK), que chega à terceira edição neste fim de semana.
O MFK apresenta, desta vez, as tendências para o Inverno 2019 com o desfile de 28 marcas e 600 jovens. Crescimento fruto de uma construção ao longo do tempo, afirma Patrícia Guerreiro, idealizadora do evento.
“A intenção sempre foi construir uma marca que promova experiências. Foi um sonho muito estudado, passo a passo”, revela a empresária, que destaca a extensa linha de produtos criados sob a marca Minas Fashion Kids, incluindo roupas e acessórios voltados para crianças e adolescentes.
A expectativa é atrair cerca de duas mil pessoas nos três dias do evento de moda infantil, que começou nessa sexta-feira e acontece na Casa Tua, em Nova Lima, na Grande BH.

Marcas de roupas de festa estão no line-up
Expansão
A repercussão do evento mineiro já ultrapassou as fronteiras do Estado. Para esta edição, além de marcas da terra natal, empresas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina estarão presentes na passarela.
“Esta será a segunda vez em que participamos do evento, que vai de encontro com os anseios da nossa marca. Depois da aparição no ano passado, abrimos mais pontos de vendas em Belo Horizonte e ganhamos reconhecimento nas redes sociais, além de novos clientes”, relata Luís Eduardo Pereira, gerente nacional de marketing e vendas da Gambo Premium Shoes, de São Paulo.
“A partir deste mês, o MFK também será uma agência-mãe, ou seja, irá direcionar a carreira de modelo de crianças e adolescentes, no sentido de não deixar que sejam enganados”
Patrícia Guerreiro
Idealizadora do Minas Fashion Kids
E foi pela observação da aceitação do evento por pais e mães, além de crianças e adolescentes, que a mineira Kukixo resolveu participar do MFK. “Além de estar dentro dos padrões da nossa marca, é um evento que tem crescido.
Consideramos importante marcar presença, fazer networking”, coloca Ed Freire, diretor-comercial e de marketing da Kukixo, originária da cidade de Tocantins, na Zona da Mata.
Tempo certo
Na primeira edição, em maio de 2017, o MFK aconteceu em dois dias. Já na segunda, Patrícia Guerreiro percebeu que era preciso mais tempo, ou seja, três dias.
“A logística de trabalhar com criança é muito mais complexa. Para trocar a roupa, precisamos de uma equipe maior. Aliás, para tudo. É necessário entender que o processo é mais lento”, explica.
O MFK tem, ainda, viés solidário. Para o acesso ao catwalk, é preciso doar leite em pó, que será destinado à Associação Dona de Leite, programa social e voluntário que atua no combate à subnutrição infantil na comunidade Ribeiro de Abreu, região Nordeste de Belo Horizonte.
Evitar a adultização dos jovens é premissa do evento
Para o casting do Minas Fashion Kids são selecionadas crianças de 3 anos até jovens de 16. No entanto, para a passarela, não há exigências, muitas vezes comuns ao mercado de moda infantil.
“Busco muito a personalidade das crianças, tirar a adultização delas. Fotografam como meninos e meninas, sem sensualizar, de uma forma lúdica e suave”, afirma Patrícia Guerreiro.
Essa preocupação com o bem-estar foi que levou Cida Miranda, mãe da modelo Carol Miranda, de 15 anos, a colocar a filha na passarela do MFK desde a primeira edição.
“No nosso caso, as agências não tiveram tanto compromisso. Quando a agenciei, não achei o trabalho sério. Neste evento, vejo sensibilidade no trato com os jovens”, conta.

Carol Miranda, de 15 anos, desfila pelo MFK desde a primeira edição
Dia a dia
Participando pela segunda vez do evento, Bia, de 2 anos e 8 meses, fica à vontade com as repercussões da fama nas redes sociais. Desde os três meses de idade, a mãe dela, Renata Reis, conta o dia a dia da menina no perfil do Instagram @meumundobia.
“Começou sem intenção. Eu fazia os looks do dia dela, sempre a enfeitando. Hoje, tem 121 mil seguidores e fechamos contratos com marcas infantis. Para a Bia, tudo é festa, brincadeira e diversão. Ela desfila de forma natural, como deve ser”, revela Renata.
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