A oscilação prevista pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para a taxa de câmbio em 2014, entre R$ 2,25 e R$ 2,50, pode gerar competitividade na
exportação de manufaturados em alguns setores, mas não deve viabilizar vendas, adverte José Augusto de Castro.
O presidente da AEB lembra que cerca de 70% das exportações brasileiras são de commodities, que não sofrem influência direta da taxa de câmbio. "O preço é definido no mercado internacional e é uniforme para todos os mercados".
"É um cenário que não depende da gente, infelizmente", diz, acrescentando que o mundo está em viés de baixa. "E não estou falando só de preço. Se houver uma queda de quantidade, a situação muda para pior. Nossa preocupação chama-se China. Se, com essa nova estrutura, voltada para o consumo, a China adotar uma medida que restrinja a importação, teremos problemas. Temos todo dia que acordar e rezar em mandarim", brinca.
Castro acrescenta, ainda, que o comércio dos produtos manufaturados, é regido por contratos de médio e longo prazos. Ou seja, mesmo ganhando competitividade, os produtores nacionais só terão chance de vender mais quando os contratos firmados com outros fabricantes terminarem.
"Além disso, nosso principal mercado de manufaturados é a Argentina, que agora tem um fato novo que são as medidas impostas para automóveis e eletroeletrônicos. Se essas medidas forem estendidas a outros setores, podem significar impacto forte para o Brasil", comenta.
