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Terça-Feira,30 de Abril

Aeroporto de Confins muda de dono nesta sexta-feira

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
22/11/2013 às 07:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:18

(Amadeu Barbosa)

Esta quinta-feira (22) é uma data decisiva na história do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Às 10 horas da manhã, a concessão por 30 anos do terminal será leiloada na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). O lance mínimo é de R$ 1,096 bilhão, e o concessionário terá que investir R$ 3,5 bilhões em melhorias e ampliações.

O vencedor da disputa será conhecido hoje, mas a iniciativa privada só assumirá o aeroporto quase um mês após o apito final da Copa do Mundo, em agosto de 2014. O concessionário receberá da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) um terminal modernizado e com capacidade de receber mais passageiros.

Se o investidor assumisse Confins de imediato, encontraria um único terminal, saturado, barulhento e todo empoeirado em função das obras de ampliação em andamento, que demandaram investimentos de R$ 262,9 milhões entre 2011 e 2013. Mas, até o torneio de futebol, grande parte dos transtornos dos passageiros terá ido embora.

Em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, garantiu que a reforma do Terminal 1, a construção do Terminal 3 e a ampliação da pista e pátio de aeronaves estarão concluídas no primeiro trimestre de 2014, três meses antes de a bola rolar.

Ele lembra que Confins já é uma referência no setor aeroportuário nacional. “O principal centro de manutenção da Gol está lá. Confins também é o segundo principal hub da Azul, atrás apenas de Campinas. Sem falar nas condições geográficas estratégicas”, enumerou.

O aeroporto, que era considerado um elefante branco até 2005, época da transferência de voos da Pampulha para Confins, movimentou no ano passado mais de 10,3 milhões de passageiros. O mar de viajantes ultrapassou a capacidade do terminal, e virou queixa comum entre os usuários demora no atendimento, saguão lotado e estacionamento e banheiros pouco limpos. Segundo Vale, é um problema de investimentos, mas também de como gerir.

“Durante 40 anos, o governo foi o único investidor. A decisão de conceder os aeroportos é fazer com que o setor privado participe da infraestrutura brasileira. Assim, a Infraero poderá se voltar para outros aeroportos. O resultado é uma mistura de aumento de investimentos e melhoria de gestão”, disse.

Pelo edital, o vencedor do pregão de Confins ficará obrigado a construir o Terminal 2 de passageiros com no mínimo 14 pontes de embarque até 2016. O projeto executivo, pago pelo governo estadual, está em fase de elaboração.

Com a conclusão da reforma do único terminal existente, a capacidade saltará para 11,7 milhões de passageiros por ano. Soma-se a isso a capacidade de 5,3 milhões do Terminal 3, outra obra em andamento, o que totalizará 17,1 milhões.
 


Gustavo do Vale garantiu que obras estarão concluídas três meses antes de a bola rolar (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia)

Miniestrevista com Gustavo do Vale, presidente da Infraero

Após uma explosão no crescimento de passageiros, a gente vê hoje queda no volume no país. O que está acontecendo? É um movimento que surpreende?

Não. Toda teoria econômica prevê uma acomodação, e é isso que está acontecendo. Nos últimos cinco anos, tivemos uma explosão na demanda, com 200 milhões de passageiros/ano em 2012, principalmente em função do aumento de renda da população e do barateamento das passagens. Mas a partir de 2014 voltaremos a crescer.

Em Confins, a licitação do Terminal 3 fracassou três vezes. O senhor acredita que as empresas tenham culpa? É um desafio para o governo driblar esse comportamento, quando empresas se juntam para ganhar mais e travar obras?

Isso é uma coisa que tem diminuído. A Lei de Licitação 8.666 tem problemas, como prazo de direito de recurso, o que dificulta a eficiência. Também melhoramos nosso relacionamento com o Tribunas de Contas da União, que tem colaborado para o êxito das licitações.

Qual será o futuro da Infraero após a onda de concessões? Qual será o impacto com as perdas de receitas?

Será um problema até que os dividendos comecem a ser pagos, o que deve acontecer até 2017/2018. Nesses três anos, a Infraero terá que se sustentar com recursos próprios. Com o auxílio da consultoria Falconi, de Minas Gerais, estamos fazendo uma readequação do ponto de vista de receita. Pelos cálculos, é perfeitamente possível ficar no zero a zero, sem lucro, mas também sem prejuízos. Teremos um programa de demissão voluntária e muitos funcionários serão realocados em outros órgão públicos.

Qual a preocupação com o atraso em obras dos aeroportos para a Copa?

Vai dar tudo certo.

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