Aeroporto de Confins não ficará pronto para a Copa

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
Publicado em 11/12/2013 às 06:22.Atualizado em 20/11/2021 às 14:43.
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)
(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)
Os seguidos alertas do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o risco de o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, não ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014 tornaram-se realidade. Segundo o superintendente regional da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Mário Jorge Fernandes de Oliveira, apenas 78% das obras estarão concluídas quando a bola começar a rolar. Os outros 22% serão entregues até novembro do ano que vem.

O atraso foi admitido na terça-feira (10), a 184 dias do início do torneio, após audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A estimativa contradiz a afirmação do presidente da estatal, Gustavo Vale, publicada no Hoje em Dia em 22 de novembro, de que as obras do aeroporto estariam concluídas no primeiro trimestre de 2014.

“O escopo da obra abrange muito mais do que fazer o terminal. Vamos priorizar todas as obras que não interfiram no fluxo de passageiros. Esses 78% que devem estar concluídos até o final de abril vão abranger tudo aquilo que é necessário para que o terminal dê condições totais de operacionalidade”, disse Mário Jorge Oliveira, afirmando que, apesar da lentidão, os turistas não serão prejudicados.

Até o Mundial, conforme o superintendente, estarão instaladas nove pontes de embarque, todo o saguão com elevadores, escadas rolantes, o terraço e a nova praça de alimentação, o novo acesso viário (já pronto), o novo check in e parte da ampliação das salas de embarque doméstica e internacional.

“A ideia é entregar o máximo possível antes da Copa do Mundo, mas antes desse período temos que avaliar, por exemplo, se vamos entrar com alguma obra que corra o risco de impactar área de uso do passageiro. Aí a gente espera passar o torneio e complementa a obra. A ideia é focar as áreas operacionais. Imagina se a gente chegasse na Copa do Mundo sem sala de embarque? Esse risco não existe”, minimizou o gerente de empreendimentos do aeroporto de Confins, Adair Moreira Júnior.

Ficaram para depois, além do restante da ampliação das salas de embarque, a instalação de alguns sistemas complementares, substituição do sistema de som, o prédio comercial e as galerias técnicas.

“Alguns itens que a gente vai substituir, modernizar, podem ser feitos depois. O sistema complementar de tratamento de água e esgoto vai ser feito posteriormente. Hoje, a gente já tem um sistema, mas estamos implantando o reaproveitamento de água, e isso é uma coisa que não impede a operacionalização do aeroporto e é uma área que não afeta o passageiro”, disse o gerente.

Para o secretário de Estado Extraordinário da Copa do Mundo de Minas Gerais (Secopa), Tiago Lacerda, o fato de o aeroporto não estar 100% pronto até o Mundial preocupa. “Confins é a nossa maior preocupação. A cidade e o Estado estão bem preparados. Temos nos esforçado para que o impacto (das obras incompletas) seja o menor possível para os turistas que virão à Copa em 2014”, afirmou.

Atualmente, três obras são realizadas no aeroporto: a ampliação do Terminal 1, da pista de decolagem e pouso e do pátio e a construção do Terminal 3, apelidado de puxadinho por ser remoto.


Minientrevista - Mario Jorge Fernandes Oliveira (Superintendente Regional da Infraero)

Como foi o primeiro encontro com os executivos da CCR e operadores de Zurique e Munique, vencedores do leilão de concessão de Confins?
Só tivemos o primeiro contato na última segunda-feira, dia 9. A gente se conheceu, trocou cartão. Estamos marcando agora, daqui para a frente, uma série de novas reuniões para traçar uma programação de transição.

Sobre o extravio e violação de bagagem. A PF já admitiu a possibilidade de existência de uma quadrilha em Confins.
A responsabilidade compete à empresa aérea. Ela é a responsável desde o momento em que recebe a mala até o momento em que o passageiro sai da sala de resgate de bagagem. Órgãos de polícia também ficaram de tomar uma atitude. Mas como ação policial não se anuncia, vamos aguardar o que será feito.

O melhor não seria a volta do funcionário que faz a conferência das bagagens?
Por uma questão de diretrizes, as companhias estão relutando em retornar com esse tipo de controle. Mas estamos permanentemente discutindo isso. Não é um problema só local, é uma diretriz das empresas aéreas em todo o país.

Cerca de 500 taxistas que trabalham na região do aeroporto reclamam da falta de um posto de estocagem. Algo será feito?
É um problema que será colocado para a CCR, com muito carinho. No Galeão, por exemplo, há uma área boa, com quiosque e sanitários. Em Brasília também tem. Quem sabe a gente consegue evoluir dessa maneira?
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