Depois de seis meses de alívio, o preço da gasolina volta a subir no país. O litro do combustível fica 7,46% mais caro a partir de hoje nas distribuidoras, com o valor passando de R$ 3,08 para R$ 3,31. O último aumento praticado pela Petrobras foi em junho de 2022, quando foi praticada uma alta de 5,18%.
O reajuste atende a uma necessidade do mercado que vem lidando com um valor interno do combustível bem abaixo do praticado no mercado internacional. Como a empresa adota a política de paridade com os valores externos, o aumento é necessário, segundo a estatal, para evitar desequilíbrio econômico.
Esse reajuste, que não deve demorar a chegar às bombas, acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, afirma a empresa em nota. O texto ressalta que essa mudança “busca o equilíbrio dos preços (brasileiros) com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.
A Associação Brasileira de Importação de Combustíveis (Abicom) afirma que o preço da gasolina praticado no Brasil está abaixo do valor do mercado internacional. O último relatório de paridade internacional de preços mostra uma diferença de 14% entre o preço nacional e o externo.
A direção da Abicom acredita que novos aumentos devem ser aprovados nos próximos meses para que essa distorção seja corrigida. A última mudança nos preços da gasolina no país foi realizada em 7 de dezembro, com a redução de 6,1% no valor do produto, que passou de R$ 3,28 para R$ 3,08 por litro.
Direção
O reajuste no primeiro mês do ano ainda é uma ação dos gestores da Petrobras indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O nome apresentado pelo presidente Lula – o senador Jean Paul Prates (PT-RN) – ainda será apreciado pelo Conselho de Administração da empresa e precisa ser referendado pela Assembleia Geral dos Acionistas. A reunião está marcada para esta quinta-feira (26).
A presidência da Petrobras está sendo ocupada interinamente por João Henrique Rittershaussen desde 4 de janeiro deste ano, quando o então presidente, Caio Paes de Andrade, renunciou ao cargo.
Redução
A nova alta no valor da gasolina chega após o preço médio do litro do combustível registrar queda na semana de 15 a 21 de janeiro. Levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) apresentou retração de R$ 5,04 para R$ 4,98 no país. O preço mínimo de revenda da gasolina encontrado pela ANP foi R$ 4,15 e, o máximo, R$ 6,99.
“Semana passada observamos uma nova redução nos preços da gasolina no Brasil, sendo que apenas três estados registraram pequenas altas. A queda reflete um movimento de acomodação de preços que possivelmente será interrompido devido ao aumento do petróleo no mercado global”, afirma Brendon Rodrigues, head de inovação e portfólio na ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.
Na semana passada, o preço do barril do petróleo Brent, usado como referência pela Petrobras, subiu 2,8%.
Etanol e diesel
A redução registrada pela ANP no preço médio da gasolina também foi constatada no etanol. Segundo a pesquisa da agência, o litro do combustível caiu de R$ 3,94 para R$ 3,85. O valor mais alto pesquisado pela agência foi de R$ 6,57 e, o mínimo, R$ 3,15.
Já o valor médio do litro do diesel passou de R$ 6,36 para R$ 6,32. O preço mais alto encontrado nos postos foi de R$ 7,99 e, o mais baixo, de R$ 5,39.
Tanto o etanol quanto o diesel não estão incluídos no aumento de preços aprovado pela Petrobras para a gasolina nesta quarta-feira.
*Com Agência Brasil