Após o trauma das concessões, ação da Cemig ensaia recuperação

Bruno Porto - Hoje em Dia
21/06/2014 às 08:24.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:05
 (Cemig)

(Cemig)

As ações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) engataram uma trajetória de alta na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) desde 11 de março, acumulando uma variação de 39% no período. A aceleração da cotação, que passou de R$ 13 para R$ 18,07, antecede o pagamento de R$ 1,122 bilhão em dividendos no dia 30 de junho e sinaliza para uma melhora da percepção do mercado sobre a empresa, que foi castigada com a renovação antecipada de contratos de concessão criada pelo governo em 2012.
 
No ano, a Cemig acumula elevação de 31,2%, superando os 10,5% do Índice de Energia Elétrica (IEE) da BM&F Bovespa, que reflete a variação das principais ações do setor. Também ganha do Índice Bovespa (Ibovespa), que acumula 8,5% e reflete as ações mais negociadas do pregão.

A política de pagamento de dividendos da Cemig é um dos motores da valorização. “Além de uma gestão bem avaliada pelo mercado, a Cemig reforça sua imagem junto ao acionista como uma das empresas que pagam dividendos mais altos. Esse fator é importante para a recuperação da empresa, que gradualmente recupera o valor de mercado perdido após a Medida Provisória 579 (que trata da renovação de concessões), em 2012”, diz o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.
 
A boa imagem da empresa junto aos investidores se deve, em grande parte, à postura da companhia após a Medida Provisória 579 (transformada na Lei 12.783), de setembro de 2012, que antecipou a renovação das concessões do setor elétrico mediante novas regras, e com a redução das tarifas de geração.
 
A concessionária não aceitou as novas regras e trava na Justiça uma queda de braço com o governo Federal pela renovação da concessão da usina de Jaguara. Outras duas – São Simão e Miranda – também deverão ser motivo de disputa judicial após o vencimento da concessão.
 
“Essa postura de resguardar seus direitos na Justiça é bem vista pelo mercado, que entende que a MP 579 foi desastrosa para as empresas. Se lá na frente a Justiça entender que a Cemig tem razão, isso será um gatilho para uma disparada das ações da empresa e, caso a Justiça entenda o contrário, a queda será leve porque o investidor já sabe do risco. Enquanto isso não é resolvido, a tendência permanece de valorização dos papéis da companhia”, afirma Paulo Ângelo Carvalho de Souza, presidente do Instituto Mineiro do Mercado de Capital (IMMC).
 
Quando foi anunciada, em setembro de 2012, a MP 579 causou estrago no setor elétrico e derrubou as ações da Cemig. Um mês antes, em agosto, a ação preferencial da estatal era cotada a R$ 34,65. No fim daquele ano, já estava a R$ 22,60, uma depreciação de 34,7%.

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