Economia

Assinatura de serviços vira estratégia para fugir da alta dos preços até na saúde

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 09/07/2022 às 12:57.
 (Fernando Michel/ Hoje em Dia)

(Fernando Michel/ Hoje em Dia)

A inflação encerrou mais um mês com crescimento e terminou junho com uma alta acumulada de 11,8% nos últimos 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como referência pelo governo federal. Os itens que mais pesaram, segundo o IBGE, que faz o levantamento, foram os alimentos e os serviços de saúde.

Para fugir dessa onda de preços altos, consumidores  buscam alternativas. Uma delas é aderir a uma  “assinatura de serviços”, modalidade em que são entregues com frequência e em casa, muitas vezes com preços mais em conta e que agora chega até ao ramo da saúde, com clínicas que já oferecem “pacotes” de consultas, atendimentos e exames laboratoriais com preços competitivos.

Essa é a proposta, por exemplo, do serviço de teleatendimento criado pelo cardiologista Leandro Rubio Faria,  que oferece “assinatura” de serviços para mais de 18 especialidades médicas. O contratante pode fazer aproximadamente quatro consultas pelo preço que pagaria por uma única fora do pacote.

“Temos tido um crescimento muito bom e vamos lançar um novo produto, focado em saúde mental devido à  pandemia”, afirma o cardiologista e CEO da Starbem, plataforma de teleatendimento médico.

É importante destacar que este tipo de serviço, apesar de autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não é um plano de saúde e não tem a abrangência ou cobertura de um plano convencional. Mas são pacotes com descontos em serviços previamente contratados, que podem ser uma boa alternativa para alguns clientes.

A lógica é oferecer qualidade e preço em troca da fidelidade. É isso que movimenta também a empresa de delivery de alimentos orgânicos de Kátia Pessoa, agrônoma de Belo Horizonte, que criou o negócio para garantir um canal de vendas para os agricultores da região metropolitana.

“Temos clientes que há anos compram nossos produtos e recebem as cestas periodicamente. Muitos buscam o serviço pela praticidade, confiança na origem e qualidade por um preço justo”, afirma.

“É uma forma que a gente tem de conseguir um produto de boa qualidade, por um preço bem menor do que pagaríamos pelo mesmo item nos supermercados”, afirma Jhonathan Tavares, que recebe uma cesta de produtos orgânicos todos os dias em  casa e economiza, segundo ele, quase R$ 100 por mês, caso optasse por comprar  os mesmos produtos no varejo.

Economista e professora da Faculdades Promove, Mafalda Valente afirma que este tipo de serviço  é uma via de mão dupla e compensa para ambos:  clientes e fornecedores.

“Os consumidores conseguem negociar um bom preço e os vendedores garantem a fidelização do cliente. Mas o consumidor precisa ficar atento e ter certeza de que  vai utilizar todo o serviço contratado para não desperdiçar dinheiro”, destaca.

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