A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 9,25% para 10,75% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (2), provocou reação imediata do empresariado. A elevação dos juros em 1,5 ponto percentual foi unânime e era esperada pelo mercado. Com a nova alta, os juros chegaram ao maior nível desde abril de 2017, quando esteve em 11,25% ao ano.

Em um comunicado divulgado nesta tarde, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, criticou a decisão. “Sabemos que esta elevação é necessária como medida para estabilizar os preços em longo prazo, contudo, acreditamos que o Banco Central deveria utilizar simultaneamente as políticas monetária e fiscal. O foco no controle das contas públicas e contenção de despesas permitirá estabilidade econômica e maior garantia para a retomada do crescimento”, opinou.

Para o líder classista, “o aumento dos juros vai impactar negativamente o desempenho real da economia”. Isso porque, de acordo com Souza e Silva, a elevação dos juros pode comprometer os investimentos, uma vez que as empresas ainda estão sob o impacto do cenário pandêmico. “Com taxas mais elevadas, as empresas tendem a retrair os investimentos, que são os responsáveis por gerar emprego e renda, o crédito fica mais caro, temos aumento da inadimplência e o dinheiro em circulação diminui.”

Ele conclui afirmando que, em nome da CDL, espera do governo cuidado em que a taxa não retraia o crescimento econômico em longo prazo. “Que seja capaz de controlar a inflação, garanta a recuperação da atividade econômica de forma sustentada, promova reformas estruturais, tenha zelo nos gastos públicos, faça revisão de despesas e trabalhe pelo desenvolvimento social”, diz.

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