Bolsa brasileira fecha em baixa afetada por siderúrgicas e Vale

Folhapress
10/02/2014 às 19:20.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:56

SÃO PAULO - A queda de quase 1% nas ações da Vale e as perdas registradas pelos papéis das siderúrgicas e de bancos pressionaram a Bolsa brasileira nesta segunda-feira (10), que vinha de duas sessões seguidas de alta.    O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 0,75%, aos 47.710 pontos.    A Bolsa continua sendo bastante afetada pelas notícias ruins do Brasil, afirma Marcio Cardoso, diretor da Easynvest Título Corretora.   "Até essas notícias envolvendo falta d'água, insegurança e apagão atrapalham nesse momento. Acho até que, como a Bolsa já apanhou tanto, a queda nem foi tão expressiva quanto poderia ter sido", diz.    As ações das siderúrgicas fecharam o dia entre as principais baixas do Ibovespa, apesar da ausência de notícias envolvendo o setor.   Os papéis preferenciais da Usiminas, os mais negociados, caíram 5,04%, a R$ 11,69, e os ordinários, com direito a voto, fecharam em baixa de 3,60%, a R$10,70. Na semana passada, as ações preferenciais da Usiminas registraram alta de 3,45%, enquanto os ordinários tiveram baixa de 1,51%.    "No caso das siderúrgicas, os papéis devolvem um pouco do ganho registrado ao longo da semana passada. Já em relação à Vale não há nada que justifique a queda", afirma André Moraes, analista da corretora Rico.com.vc.    A CSN também fechou em baixa hoje. Os papéis ordinários da empresa caíram 3,27%, a R$ 11,24. Na semana passada, as ações subiram 3,84%. As ações da Vale também encerraram o dia no vermelho. Os papéis preferenciais da companhia caíram 0,72%, a R$ 30,44, e os ordinários tiveram baixa de 1,20%, a R$ 33,64.    Após subirem na semana passada, na sequência da divulgação de resultados, as ações de Bradesco e Itaú Unibanco caíram por ajuste técnico, diz Moraes.    Os papéis do Bradesco tiveram queda de 0,94%, a R$ 26,35, e os do Itaú Unibanco perderam 0,16%, a R$ 31,78. Já as ações do Banco do Brasil fecharam o dia em alta de 2,70%, a R$ 22,07. O banco divulga seu balanço na próxima quinta-feira.    A agenda do dia foi bem fraca tanto de indicadores domésticos quanto internacionais. Mais cedo foi divulgado que a confiança da zona do euro melhorou em fevereiro e atingiu o maior nível desde abril de 2011. Os investidores estão mais otimistas com as condições no bloco europeu, que está gradualmente se recuperando da recessão.    O grupo de pesquisa Sentix informou que seu índice que acompanha o sentimento na zona do euro subiu para 13,3 em fevereiro ante 11,9 em janeiro.    A Bolsa americana também afetou o desempenho do Ibovespa hoje, afirma Moraes. "Estamos bem ligados à flutuação que está acontecendo nos EUA", afirma.    Ao longo da semana os investidores devem ficar de olho em alguns fatos que podem mexer tanto com o mercado acionário quanto com o cambial aqui no Brasil.    Na terça-feira (11), a nova presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Janet Yellen, fala ao Congresso dos Estados Unidos. Na quinta-feira é a vez de Yellen ir ao Senado. Os investidores esperam uma nova garantia de que a política monetária americana permanecerá expansionista por algum tempo.    Além do balanço do BB, outros resultados devem influenciar a Bolsa brasileira, entre eles o da própria BM&FBovespa. No mesmo dia sai a inflação da China, enquanto na sexta-feira será divulgado o PIB da zona do euro referente ao quarto trimestre de 2013.    Dólar    O dólar interrompeu sequência de quatro baixas e subiu nesta segunda. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,76%, a R$ 2,399. O dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 1,13%, a R$ 2,406.    Das 24 moedas emergentes mais negociadas, 11 fecharam em baixa em relação à divisa americana hoje.    "O sentimento é de uma aversão a risco interna. Os problemas continuam os mesmos: uma inflação persistente, o aumento de juros, a balança comercial ruim", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.    O Banco Central deu continuidade às suas intervenções diárias e vendeu 4.000 contratos de swap cambial, equivalentes à venda futura de dólares, com vencimento em 1º de dezembro deste ano, por US$ 197 milhões. Foram oferecidos também contratos com vencimento para 1º de agosto, mas não houve compradores.    O BC também vendeu todos os 10.500 contratos de swap -equivalente à venda futura de dólares- na terceira etapa de rolagem dos contratos que vencem em 5 de março. Com isso, a autoridade monetária já rolou cerca de 21% do lote total, equivalente a US$ 7,378 bilhões.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por