Variação de até 289%

Carne mais barata no hipercentro de BH atrai consumidores até de outras cidades

Jader Xavier
jsbarbosa@hojeemdia.com.br
Publicado em 24/05/2022 às 06:30.
Nos frigoríficos mais baratos, como esse no hipercentro de BH, é comum encontrar clientes até de outras cidades da região (Maurício Vieira)

Nos frigoríficos mais baratos, como esse no hipercentro de BH, é comum encontrar clientes até de outras cidades da região (Maurício Vieira)

Um mesmo corte de carne – picanha, contrafilé, lombo suíno ou asinha de frango, por exemplo – pode variar de preço em até 278% de um frigorífico para outro. A diferença, apontada por uma pesquisa do site Mercado Mineiro, tem levado consumidores a atravessarem a cidade em busca dos açougues com o melhor preço. Divulgada nesta segunda-feira (23), a pesquisa foi realizada entre os dias 18 a 20 deste mês junto a 39 estabelecimentos.
Conforme o levantamento do Mercado Mineiro, a maior diferença encontrada está no preço da picanha. Enquanto em um açougue localizado no bairro Sagrada Família, região Noroeste de Belo Horizonte, o quilo do corte nobre custa R$ 189, em um outro estabelecimento, sediado no hipercentro da capital, ele pode ser encontrado a R$ 60. A diferença é de 278%.

Outro corte nobre, o filé mignon, pode ser encontrado de R$ 50 a R$ 119, dependendo do açougue. Variação de 138%. De acordo com o levantamento, o local mais barato no caso desse corte foi registrado no Frigorífico Serradão, no hipercentro da capital mineira. O gerente, Verilton Fernandes, afirma que a qualidade do produto dele é a mesma “ou até melhor que a de outros lugares”. “Quem passa aqui na porta é o trabalhador que está saindo do serviço. Daqui a pouco ele entra, compra uma vez e volta sempre. Então o preço mais baixo é para este tipo de cliente. A quantidade de vendas está aumentando. Mas eu tenho cliente até do Lourdes (bairro do Centro-sul de BH) que compra em atacado aqui comigo”, conta.

Uma de suas clientes é a Maria Antônia Silva, de 42 anos. Autônoma, ela vende marmitex e, por isso, para além do consumo próprio, compra carnes para trabalhar. Moradora do bairro Nova Esperança, região Noroeste de Belo Horizonte, Maria Antônia garante que vale a pena atravessar a cidade. “Uma vez na semana, há três meses, eu venho aqui para comprar, principalmente, kit de feijoada. Compensa; é uma diferença muito grande no preço comparado com o supermercado do meu bairro, por exemplo. E as carnes daqui são muito limpinhas também, não perde em nada para outros lugares”, relata.

O perfil de clientes do Frigorífico Uberaba – outro que aparece na pesquisa com preços mais baixos – é o mesmo. Localizado na rua Padre Belchior, também no hipercentro de BH, o estabelecimento recebe pessoas até mesmo de outras cidades da região metropolitana. “Aqui está saindo venda para várias regiões. Eu recebo gente de Sabará e Santa Luzia, por exemplo”, conta Cristian Natanael, gerente do Uberaba.

É o caso da aposentada Maria Madalena, de 89 anos. Ela mora no bairro Vila das Acácias, em Ribeirão das Neves, e vai até o Centro de BH mensalmente para realizar a compra do mês. “Eu vou fazer 90 anos, mas sei pesquisar. Então eu venho aqui e compro frango, boi, porco e peixe. É muito mais barato”, conta.

Apesar de ser a região com os preços mais baratos, segundo a pesquisa, a Centro-sul também abriga os estabelecimentos com carnes mais caras. Isso acontece nos bairros como Savassi, Sion e Coração de Jesus.

A pesquisa do Mercado Mineiro também comparou a evolução dos preços das carnes. Conforme o levantamento, houve queda em alguns cortes bovinos neste mês em comparação a abril. O quilo da maminha, por exemplo, caiu 2,81%, de R$46,32 para R$45,03. Já nas carnes suínas houve aumentos, principalmente nos cortes usados em feijoadas, como a orelha, que subiu de R$9,11 para R$9,55, alta de 4,86%. O frango registrou estabilidade.

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