
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tem quatro meses para entregar três das 37 obras exigidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para dar confiabilidade ao sistema elétrico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) durante a Copa do Mundo. Elas estão atrasadas, mas a distribuidora, que já concluiu 30 obras, garante que os empreendimentos ficarão prontos até maio deste ano, quase um mês antes do mundial.
O prazo é o mesmo estabelecido para a entrega das outras quatro obras que são realizadas dentro do cronograma. Ao final do processo, a estatal terá investido R$ 744 milhões no reforço do sistema.
As obras que serão realizadas para garantir o fornecimento de energia envolvem manutenção, ampliação e construção de linhas de distribuição de alta e média tensão, além de três subestações.
Duas das novas subestações, localizadas em Jaboticatubas e Santa Luzia, já estão prontas e foram construídas mediante investimentos de R$ 13 milhões e R$ 21 milhões. A terceira, localizada no Centro de Belo Horizonte, será concluída em maio.
Atrasos
Entre as obras atrasadas está a ampliação da subestação de Paraopeba, que, segundo determinação da Aneel, deveria ter sido concluída, inicialmente, em junho do ano passado. O prazo foi estendido para dezembro do mesmo ano, novamente sem sucesso. Juntas, as três subestações podem atender a duas cidades do porte de Sete Lagoas, na Região Central do Estado.
A modernização da subestação Sete Lagoas 3, que também estava prevista inicialmente para junho do ano passado, foi adiada para outubro e está fora do prazo. No local, será construída uma estrutura para que a subestação possa receber novas linhas de distribuição.
Os demais projetos cujos prazos haviam vencido em 2012 foram renegociados para maio do ano que vem. São a Linha de Distribuição de Média Tensão (LDMT) que liga o bairro Serra Verde a Vespasiano, a LDMT que liga a Pampulha ao Mineirão e a LDMT do Serra Verde.
Na avaliação do coordenador do Grupo de Estudos de Energia Elétrica (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro, o atraso não compromete o fornecimento de energia durante a Copa do Mundo. “Mesmo se elas não ficarem prontas, no que eu não acredito, devido ao porte da Cemig, o que já foi concluído é suficiente para manter o sistema”, comenta.
O relatório emitido pela Aneel em novembro do ano passado, quando oito obras estavam atrasadas, também afirmava que o fornecimento já estaria garantido pelo que foi reforçado na época.
Maior parte dos reforços é voltada para a distribuição de alta tensão
Vinte das 37 obras de reforço do sistema de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na Copa do Mundo são de alta tensão. No segmento, a companhia informou que irá investir R$ 238 milhões, o equivalente a 31,9% dos R$ 744 milhões que serão aportados no total.
Além das subestações, as obras de alta tensão dizem respeito às linhas de distribuição (LD). Para conectar Jaboticatubas a Pedro Leopoldo, por exemplo, foram construídos 35 quilômetros de LD.inhas de distribuição para ligar as subestações Adelaide à Carlos Prates, Barro Preto à Carlos Prates e Barro Preto à Gutierrez também foram instaladas.
Foram, ainda, construídas LDs para conectar a subestação Sete Lagoas 3, que foi modernizada, à Sete Lagoas 4. Uma linha que faz o caminho inverso também foi instalada.
Nas subestações BH Pampulha, BH Maracanã e Lagoa Santa foram implantados sistemas para recebimento de LDs.
O planos de investimentos são acompanhados por reuniões periódicas realizadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Novas visitas de técnicos às instalações das concessionárias que ainda não concluíram as obras serão feitas em breve. Além de discutir prazos, as visitas têm como objetivo alinhar a operação do sistema durante a Copa.