Círculo vicioso: queda de renda leva pessoas a contrair novos compromissos

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
28/05/2021 às 19:45.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:02
 (Marcos Santos/USP Imagens)

(Marcos Santos/USP Imagens)

A busca por crédito, seja para adquirir eletrodomésticos e eletroeletrônicos, seja para o pagamento de dívidas, é fruto da queda do rendimento familiar e tem levado as famílias a se endividarem cada vez mais. 

Segundo a Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), tal comprometimento das famílias em BH registrou em abril a quarta alta consecutiva e atingiu 71,4% dos entrevistados. A mesma pesquisa aponta que o índice foi o segundo mais alto desde agosto de 2020 (77,7%), praticamente igualando-se ao de setembro (71,6%).

Para o economista chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, o risco de buscar crédito para conseguir quitar dívidas ou fazer novas compras é que a medida acaba sequestrando parte importante da renda das famílias. 

“É preciso um planejamento muito detalhado, pois são dívidas adquiridas muitas vezes a longo prazo e que vão causar comprometimento de renda futura”, explica o economista, lembrando que isso torna-se ainda mais perigoso em períodos de grande incerteza, como o atual.

A necessidade na hora de comprar, sem ter os recursos necessários em mãos, também tem que ser analisada antes de os consumidores tomarem a decisão de buscar novos empréstimos. 

Para Ana Paula Bastos, economista da CDL/BH, as indefinições quanto à retomada econômica em meio à possibilidade de uma terceira onda da pandemia do novo coronavírus devem ser levadas em consideração. 

“Qualquer compra que tenha que ser feita agora precisaria ser essencial e indispensável. Não há nenhuma certeza para o curto e médio prazo em relação à economia”, destaca a especialista.

A oferta mais diluída de crédito, que atualmente pode ser alcançada em plataformas digitais e aplicativos, mesmo que parecendo tentadora em um primeiro momento, tem que ser avaliada. 

Para o CNO da Lendico, Bruno Borges, os consumidores devem analisar as taxas de juros e as condições ofertadas. E serem pacientes na escolha. “As pessoas tendem somente a olhar para o momento da compra, que traz uma satisfação imediata. No entanto, esquecem que depois virá o pagamento. Tomar crédito na primeira oferta oferecida é um grande erro. É preciso pesquisar, pois atualmente as ofertas são abundantes”, garante Borges.

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