Negócio ‘animal’

Com histórico de sucesso, mercado pet explode na pandemia e investe em serviços

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojoemdia.com.br
Publicado em 27/08/2022 às 07:00.
No Lulu Pet Club, os clientes da Luiza tomam um banho mais do que especial: tem massagem relaxante e até musicoterapia (Fernando Michel)

No Lulu Pet Club, os clientes da Luiza tomam um banho mais do que especial: tem massagem relaxante e até musicoterapia (Fernando Michel)

O desejo de ter um animal de estimação foi ampliado durante a pandemia de Covid-19. Muitas pessoas buscaram nos pets a companhia para enfrentar o período d[/TEXTO]e isolamento imposto pela doença. E se tem mais animais em casa, é preciso ter uma ampla rede de assistência: e os petshops surfaram nessa onda.

Confirmando a tendência de crescimento na última década, o mercado pet no Brasil avançou 6,2% em 2021, na comparação com o ano anterior. São mais de 285 mil empresas no país, que geraram 2,83 milhões de empregos, contra 2,7 milhões em 2020.

Os dados são do Instituto Pet Brasil (IPB), divulgados neste mês, ancorados na alta de 3,6% de animais de estimação nas residências brasileiras.

“A gente viu que o setor pet foi na contramão dos outros setores durante a pandemia. Ele foi impactado positivamente. As pessoas, para não terem um estilo de vida solitário, passaram a procurar um animalzinho como companhia. E o aquecimento do mercado de venda de animais gera um boom nos outros segmentos, como banho, utensílios e veterinário”, afirma a analista de negócios do Sebrae Minas, Aline Morau.

E com o crescimento da concorrência, os donos dos estabelecimentos tiveram que investir em variedade de serviços para se tornarem os preferidos de cães e gatos.
“Em 2022, continua uma tendência de crescimento no setor, então é natural que surjam novas concorrências. Aí o pessoal está inovando, oferecendo convênio médico para o animalzinho, terapias alternativas, como acupuntura, massagens e até hidroginástica”, pontua Aline.

Spa animal
De olho no bem-estar do cliente e na satisfação do tutor, tem petshop oferecendo tratamento de spa. É o caso do Lulu Pet Club, de Luiza Hellen, de 26 anos. No espaço dela, aberto pouco antes da pandemia, os bichinhos são tratados como reis e rainhas.

Localizado na região Leste de BH, a empresa funciona como petshop e pet hotel, oferecendo diferentes serviços para cães. O carro-chefe é um banho com musicoterapia e massagem relaxante.

“Esse é um dos nossos faturamentos mais altos. São cerca de 30 a 40 banhos por dia. O banho pode durar até uma hora e meia, mas os cachorros recebem massagem, relaxam com música. Tem cachorro que chega aqui traumatizado com banho e perde esse trauma, a gente trabalha com traumaterapia”, conta Luiza.

A empresa foi inaugurada uma semana antes de a capital fechar por causa da pandemia de Covid-19, em março de 2020. Mesmo assim, o faturamento apresenta crescimento mensal desde então.

“A única coisa que ficou prejudicada foi o nosso pet hotel. Só que, agora, com tudo voltando, não tem um dia sequer que não tenha um cachorrinho hospedado. A gente tem uma circulação mensal de cem cães”, comemora Luiza.

O boom da década
Já são dez anos de bom desempenho no mercado pet do país – um setor que não tem visto crise. Cresceu 363% no período, segundo o Sebrae, com base na quantidade de pequenos negócios registrados na Receita Federal.

Somente entre 2020 e 2021, quase 23 mil novos CNJPs foram criados. Atualmente, são 83,4 mil pequenos negócios no Brasil. Em 2012, eram 18 mil. Segundo o levantamento, dos negócios atuais, 78% são microempreendedores individuais, ligados ao comércio varejista – animais de estimação, alimentos ou medicamentos veterinários.

Na empresa de Janaína Rodrigues, o crescimento anual continua e foi ainda maior durante e no pós-pandemia (Fernando Michel)

Na empresa de Janaína Rodrigues, o crescimento anual continua e foi ainda maior durante e no pós-pandemia (Fernando Michel)

 A empresa de Janaína Rodrigues, de 44 anos, acompanhou o avanço do setor pet no país. Ela comanda, desde 2004, o Pet Cães e Cia – hoje com sete unidades espalhadas por BH. A média de crescimento anual da empresa é de 25%, afirma Janaína, índice muito maior desde o início da pandemia. 
“Só na quantidade de funcionários aumentamos cerca de 30%. O crescimento da empresa desde 2020 foi infinitamente maior do que essa média de 25%”, garante.

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