Com mais renda disponível, consumidor exige maior qualidade dos supermercados

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
24/10/2013 às 06:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:35

O consumidor belo-horizontino está mais exigente e com maior poder aquisitivo hoje do que há dez anos, segundo pesquisa divulgada ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), durante a 27ª edição da Superminas Food Show, feira dos setores supermercadista e de panificação. O estudo, que compara os hábitos de consumo de 2013 com os de 2003, também revelou que os homens estão marcando mais presença nos supermercados. Há uma década, eles representavam 26,33% dos consumidores. Agora, são 40,70%, quase o dobro.   O empresário Gustavo Teodoro é um dos consumidores que vêm alimentando as estatísticas. Diante da necessidade de participar mais das atividades domésticas e ajudar a esposa, ele passou a ir às compras com mais frequência.   “Atualmente, não existe mais essa distinção entre o que é coisa de homem e o que é coisa de mulher. As mulheres estão mais presentes no mercado de trabalho e os homens, nos supermercados”, diz o empresário.   Bem resolvido com essas mudanças, Gustavo reconhece que ainda tem algumas limitações quando se depara com muitas opções nas gôndolas. “A mulher tem uma visão global, enquanto o homem tem uma visão mais local. Muitas vezes, olho para a prateleira e não consigo localizar uma marca específica. No final, sempre falta alguma coisa ou eu levo o produto errado”, afirma.

  Exigências   De acordo com a pesquisa da Amis, outra alteração no perfil do consumidor que merece atenção é a exigência de qualidade dos produtos e agilidade no atendimento. Dentre as 550 pessoas ouvidas neste ano, 56,70% consideram a qualidade um critério de escolha, enquanto 33,30% optam pelo menor preço. Há dez anos, o mesmo confronto mostrava que a maioria dos consumidores priorizava promoções e descontos.   “O consumidor está a cada dia mais exigente e isso ficou bem claro nesse estudo. Hoje, a escolha do supermercado leva em consideração higiene, educação e preparo dos funcionários. Chamamos esse público de ‘neoconsumidor’ e já existe a preocupação de atendê-lo bem, de levar novidades para os estabelecimentos para não corrermos o risco de perder esse cliente”, diz o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.    Aumento da oferta muda comportamento   O aumento na oferta de supermercados em Belo Horizonte nos últimos dez anos é outro fator que vem contribuindo para a mudança no comportamento do consumidor. Em 2003, havia cerca de 700 estabelecimentos na cidade; hoje, eles são 950, de acordo com a Associação Mineira de Supermercados (Amis).   Com aumento de opções perto de casa, o belo-horizontino está fazendo mais compras em menor quantidade, conforme mostra a pesquisa da entidade. Atualmente, 22% dos clientes vai às compras duas vezes por semana. Uma década atrás, eram 15%. Para 64,05% dos entrevistados, a preferência é pelos supermercados de menor porte, na vizinhança.   “Também notamos um crescimento na oferta de produtos prontos, para consumo rápido ou imediato, que facilita a vida das famílias, cada vez mais ocupadas”, afirma o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.   O poder de compra também segue uma linha crescente. Neste ano, 49% dos consumidores declararam que a condição financeira melhorou, na comparação com o ano anterior. Em 2003, apenas 9,67% demonstraram o mesmo otimismo. A comparação ainda mostrou que 96,2% dos consumidores possui acesso à internet, hoje, contra 12,93% em 2003. 

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