Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3253-2210

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3253-2210

Economia

Com Minas no topo, produção de cachaça cresce, mas setor lamenta 'preconceito'

Brasil ganhou no último ano mais 1.225 registros de produtos da categoria

Agência Brasil
Publicado em 29/05/2025 às 19:01.Atualizado em 29/05/2025 às 19:26.

O produtor rural mineiro Cid Faria, de 61 anos, já havia tentado trabalhar com gado e com piscicultura. Mudou-se para Brasília no início dos anos 2000, e descobriu a verdadeira vocação empreendedora quando reconheceu que poderia valorizar uma antiga paixão gastronômica, a cachaça. 

Há 8 anos, transformou um galpão em uma área periférica do Distrito Federal, a Fercal, no espaço de produção da aguardente e o cultivo da cana. Ele, a esposa e filhos criaram uma microempresa familiar em que defendem a cachaça prata, produção artesanal que é branca, por não ser envelhecida na madeira. O sabor fez sucesso. Saiu de 1 mil litros por ano para 10 mil litros, em 2024. Além disso, 10 prêmios nacionais.

Cid é um dos microempreendedores que conseguiram encontrar um caminho em um setor que tem crescido, mesmo com os estigmas atrelados ao produto. 

A pesquisa Anuário da Cachaça, divulgada na quarta-feira (28), aponta que o Brasil ganhou no último ano mais 1.225 registros de cachaça no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Crescimento de quase 30%

Segundo o anuário, o volume de produção de cachaça declarado em 2024 atinge nacionalmente o montante de mais de 292,459 milhões de litros, representando um aumento de 29,58% em relação a 2023.

Os dados são relativos a 7.223 produtos, o que representou um crescimento de 20,4 % em relação ao total de produtos registrados em 2023. 

O anuário, feito pelo Mapa em parceria com entidades como o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), ainda identificou que todas as regiões do país tiveram aumento no número de estabelecimentos registrados. 

Minas Gerais é o estado que tem mais registros, com 501 estabelecimentos, seguido de São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). O estado do Ceará apresentou o maior crescimento, passando de 34 em 2023 para 47 em 2024, o que representa 38,2% de crescimento no estado. 

Empregos e demandas

Representantes do setor aproveitaram o evento de divulgação do anuário para apontar que, apesar de a cachaça ser bebida típica e tradicional do Brasil, trata-se de um destilado que ainda sofre preconceito pelo consumidor brasileiro e que carece de apoio governamental. 

“É um setor que gera hoje mais de 600 mil empregos, diretos e indiretos. São produtores espalhados de norte a sul do Brasil”, informou o presidente do Ibrac, Carlos Lima. 

Outro papel da produção é que são micro e pequenas empresas, com um papel, segundo os produtores, importante para a fixação do homem no campo.

“É um setor que sofre com uma alta carga tributária. Todas as bebidas alcoólicas deveriam ter o mesmo tratamento”, defende.

Outra queixa de Carlos Lima é que bebidas destiladas têm regras mais rígidas de publicidade do que aquelas de baixo teor alcoólico, como a cerveja. 

“São produtores de áreas rurais com uma matéria-prima que é 100% nacional, que é a cana-de-açúcar”.

Leia mais

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por