Comida 'pe$ada'

Comer fora de casa em Minas está 34% mais caro neste ano em relação à pré-pandemia, diz pesquisa

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
06/07/2022 às 18:25.
Atualizado em 06/07/2022 às 20:27
 (Hermano Chiodi/Hoje em Dia)

(Hermano Chiodi/Hoje em Dia)

Quem precisa se alimentar fora de casa está tendo que ser criativo e gastar a sola dos sapatos para encontrar preços melhores que pesem menos no orçamento do mês. Em Minas Gerais, o aumento da alimentação foi de 34% em relação ao período pré-pandemia e no Brasil foi de 17,4% entre 2020 e 2022, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (6), pela Associação Brasileira de Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). 

Em Belo Horizonte, o preço médio de uma refeição fora de casa é hoje de R$ 36,83, o valor ainda está abaixo da média nacional, que é de R$ 40,64. Um preço que já faz consumidores, como Paulo Malaquias, buscarem alternativas e mudarem hábitos para conseguir refeições de qualidade.

“Para mim, fazer lanche não era uma opção. Eu valorizo uma alimentação diversificada com qualidade, mas para isso a gente teve que andar bastante até encontrar um restaurante com um preço melhor”, conta.

Paulo trabalha em uma seguradora na região central de Belo Horizonte, ele conta que pagava R$ 40 reais num almoço no restaurante em que estava habituado e que o valor ficou salgado, por isso, saiu em busca de outras opções. “Onde eu almoço hoje eu pago R$ 30 com a garantia e a praticidade de um restaurante”, diz.

Praticidade também é o que faz Gláucia Dias manter a escolha pelo restaurante ao invés de trazer comida pronta de casa. “Comer em restaurante é muito prático, sem contar que comprar alimentos em supermercados para preparar em casa também está muito caro”, afirma.

Outros como Leonardo Mattos, optaram pelo lanche e trocaram o almoço completo por uma coxinha e um café. “Eu faço isso pelo preço, mas eu sei que não é a melhor alternativa. Sempre que o dinheiro dá, eu ainda prefiro o arroz com feijão”, diz.

Múltiplos fatores

Jéssica Srour, diretora-executiva da ABBT, que coordenou a pesquisa, explica que o aumento vai muito além da vontade dos donos dos restaurantes e inclui custos como gás de cozinha, combustíveis e fretes são o que mais impactam o preço e puxam para cima. "Além disso, muitos restaurantes resolveram priorizar o delivery e isso também pode ter influenciado o preço para cima”, explica. 

Exceções

Mas nem todos os restaurantes subiram o preço. O estabelecimento de Vitória Zaidan, no bairro Prado, região central de Belo Horizonte, é um exemplo e ainda vende o prato por R$ 15,90, para tentar agradar a clientela e não perder vendas. Mas, segundo a proprietária, não vai dar para continuar assim por muito tempo. “Já estamos refazendo nossos preços e modelos de venda. Os preços que estamos recebendo dos nossos fornecedores estão proibitivos”, comenta. 

Vitória conta que, antes da pandemia, tinha dois estabelecimentos, um deles teve que fechar durante a pandemia, por causa de custos com o aluguel do espaço. O restaurante que continuou aberto é o sustento da casa. Ela teme perder clientes com o reajuste dos preços, mas diz que não tem como evitar. “É impossível manter preços antigos”, diz

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