Fevereiro começou e, com ele, chega a Festa de Momo tão esperada na capital mineira após dois anos de suspensão da folia por causa da pandemia. E se os foliões estão animados para colocar o bloco na rua, os lojistas também estão na expectativa de faturar com o evento que deve reunir mais de 5 milhões de pessoas em BH - público 12,3% maior do que o registrado em 2020. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) mostra que sete a cada dez comerciantes da capital estão otimistas com as vendas para o Carnaval.
A folia na capital mineira tem 479 blocos cadastrados e mais de 500 desfiles previstos, atraindo, além dos belo-horizontinos, ao menos 250 mil turistas de fora do Estado. A movimentação deve gerar ocupação de 100% da rede hoteleira durante os quatro dias de festa e muito público para bares e restaurantes.
“O Carnaval é uma data extremamente importante para a cidade, a movimentação de turistas e dos próprios moradores estimula o comércio, os bares e os restaurantes. O período incentiva, direta e indiretamente, a geração de empregos em diversos setores da economia, mobilizando uma extensa cadeia de áreas como indústria, varejo, serviços e hotelaria”, afirma o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
De acordo com pesquisa divulgada pela CDL-BH nesta terça-feira (31), 74,8% dos empresários dos setores do comércio, serviços e turismo já projetam impacto positivo para a economia. O aumento da folia é comemorado pelos comerciantes, que afirmam que a ausência do Carnaval devido à pandemia da Covid-19 impactou o faturamento dos negócios nos três últimos anos.
E por ser uma festa democrática, o aumento das vendas também é para todos. O Bufê Fora do Comum, por exemplo, criou dois kits de petiscos para quem reúne a turma para festejar em casa ou antes de sair para a folia nas ruas da capital. Segundo a sócia do empreendimento Camila Bitencourt, o kit com 85 petiscos - entre quentes e frios - serve cinco pessoas e já vai prontinho para a turma forrar o estômago antes, durante ou depois da folia.
"São opções leves e colocamos um pouco de cor nos petiscos para celebrar a folia", afirma a dona do bufê, que já registra aumento das encomendas. Ela acredita, no entanto, que quanto mais próximo o Carnaval, mais pessoas procuram pelos produtos. "Sempre aumenta muito a procura perto da festa", afirma Camila.
E essa é a expectativa dos comerciantes, segundo pesquisa da CDL-BH. O levantamento mostra que 54,1% dos comerciantes da cidade esperam aquecimento nas vendas no período da festa. Entre os produtos que devem ser mais procurados, na opinião dos lojistas, estão roupas (29,7%), bebidas alcoólicas (20,8%), bebidas não alcoólicas (20,5%), adereços (11,7%) e lanches (8,5%).
Tíquete médio
Com o aumento da folia, os comerciantes e prestadores de serviços acreditam que o tíquete médio que os foliões desembolsarão será de R$ 81,40 por produto. Como a expectativa é a de que, em média, sejam adquiridos dois produtos, o investimento deverá ser de R$ 162,80.
O setor de bares e restaurantes estima ainda gasto médio de R$ 57,55, por produto, com investimento final de até R$ 115,10. E a expectativa é de casa cheia durante todos os dias de folia, afirma Daniel Ribeiro, proprietário do Redentor.
"A cidade fica muito cheio, pessoal na rua, turistas. Como ficamos perto do Centro e de muitos hotéis, apostamos em lotação máxima", diz o empresário, que estima uma aumento de 30% no faturamento.
E para animar ainda mais quem está disposto a cair na festa, o Redentor criou dois drinques especiais para o Carnaval: Jack Tequila (catuaba com uísque) e Catuçaí (catuaba com tequila) - ingredientes para não deixar ninguém parado.
Blocos
O Redentor também vai colocar nas ruas dois blocos para animar a Savassi. No sábado de Carnaval desfila o Ki Beleza e, na segunda, o Sergipando. A concentração é a partir das 14h, na esquina das ruas Fernandes Tourinho e Sergipe. Os blocos desfilam pela Savassi e finalizam a festa na esquina do Redentor. "É o Carnaval raiz, para a família poder se divertir com organização e segurança", diz Daniel Ribeiro.