Confins tem a quarta rota com mais atrasos no país

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
Publicado em 07/11/2013 às 12:45.Atualizado em 20/11/2021 às 13:59.
 (Lucas Prates)
(Lucas Prates)

Obrigados a conviver com barulho, infraestrutura ruim, falta de estacionamento e poeira, em função das obras de ampliação, passageiros que utilizam o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, também sofrem com a falta de pontualidade. O terminal tem a quarta rota doméstica com mais atrasos do país.

Segundo o Anuário do Transporte Aéreo de 2012, divulgado ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 12,3% dos voos de Confins para Congonhas, em São Paulo, registraram atrasos entre 30 e 60 minutos no ano passado. Em 2,7% das viagens, a demora passou de uma hora.

O que aparece agora nas estatísticas é sentido na pele e no bolso por quem usa a rota com frequência. O executivo José Lúcio Balbi de Mello, diretor da Ledcorpe, especializada em soluções inteligentes, faz duas ou três viagens ao mês, no mínimo, entre Confins e Congonhas. Depois dos inúmeros transtornos e prejuízos causados em função de atrasos, ele mudou sua rotina. Praticamente aboliu da agenda compromissos na capital paulista pela manhã. Mas se não tem jeito e o encontro é cedo, pega o avião na noite anterior.

“Acabamos tendo que gastar com diária de hotel. Fica caro, mas é melhor do que perder uma reunião de negócios ou até um cliente”, diz.

Chá de cadeira

O diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) em Minas, Marcelo Veneroso, que também cruza o céu entre Confins e Congonhas com frequência, já perdeu as contas de quantas vezes tomou chá de cadeira.

“No ano passado, foram constantes os atrasos de mais de uma hora. Em 2013, a situação melhorou, apesar de ainda convivermos com longa espera dentro do avião para decolar. O serviço do aeroporto é ruim”, reclama.

Para chegar às 20 principais rotas domésticas, a Anac levou em consideração o maior número de passageiros transportados. Os percentuais de atrasos superiores a 30 minutos ficaram entre 7,1% (Congonhas/Santos Dumont) e 15% (Galeão/Salvador).

Os atrasos superiores a 60 minutos, por sua vez, variaram entre 2% (Fortaleza/Guarulhos) e 4,1% (Galeão/Salvador). A rota Santos Dumont/Congonhas registrou o maior percentual de cancelamentos em linhas domésticas, 12,5%, enquanto a Guarulhos/Recife teve o menor índice, com 4,0% dos voos cancelados.

Segundo a Anac, cabe às empresas aéreas a manutenção da pontualidade e regularidade das rotas, enquanto a agência cuida da regulamentação e fiscalização.

O órgão regulador dispõe de uma resolução vigente que pune e cassa o slot da companhia que não apresentar 80% de regularidade dentro de 90 dias. Uma nova resolução sobre o assunto será publicada em breve. Sobre os atrasos, a Anac informou que os motivos são variados e vão de mau tempo a questões de infraestrutura aeroportuária e gerenciais das empresas.

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