Conselho de Meio Ambiente libera expansão da Anglo American em Conceição do Mato Dentro

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
26/01/2018 às 18:50.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:59
 (Samuel Costa - 21/03/2014)

(Samuel Costa - 21/03/2014)

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou, nesta sexta-feira, as licenças prévia (LP) e de instalação (LI) da expansão da mina da Anglo American em Conceição do Mato Dentro. Dentre os 12 conselheiros, 11 votaram a favor do empreendimento. Um esteve ausente na reunião e não se manifestou. 

Com a decisão, a mineradora pode iniciar as obras da expansão da mina, com a qual pretende ampliar a extração de minério de cerca de 16 milhões de toneladas por ano para 26,5 milhões. A projeção da Anglo American é que, no auge das obras, que tem duração esperada de quatro anos, sejam gerados cerca de 800 postos de trabalho. A empresa afirma que o projeto consumirá entorno de R$ 1 bilhão em investimentos.

Em nota, a Anglo American afirma que os “trabalhos de preparação de área e de infraestrutura, como canteiro de obras e acessos, começam imediatamente. Em seguida, as primeiras obras serão a abertura da cava e o alteamento da barragem de rejeitos. As estruturas que permitirão o aumento da produção englobam, ainda, a instalação de diques de contenção de sedimentos, a expansão da pilha de estéril e as instalações do platô de apoio operacional e de uma nova flotação”.

“As novas estruturas necessárias à Etapa 3 ficarão situadas em áreas internas ou vizinhas às estruturas já licenciadas. A maior parte delas estará em áreas já adquiridas pela Anglo American”, diz o presidente da empresa no Brasil, Rubens Fernandes.

No final de 2017, em entrevista ao Hoje em Dia, o presidente da mineradora afirmou que caso as licenças não fossem autorizadas, poderia haver a suspensão das atividades ao final deste ano.

A expansão da mina em Conceição do Mato Dentro vinha sendo analisada pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente desde 2015. As instalações do empreendimento, por envolverem lavras a céu aberto, ampliação de barragem de rejeito e supressão de vegetação em área de mata atlântica são classificadas, em sua maioria, como de classe 6 - “grande porte e grande potencial poluidor”, numa escala que vai de 1 a 6. 

O parecer do sistema de meio ambiente sobre o empreendimento, que fundamentou a votação de hoje, aponta “impacto de ocorrência certa e de caráter permanente” na redução do nível da água da região a ser minerada, embora o documento fosse pela aprovação do projeto, que fica na zona de amortecimento do Monumento Natural da Serra da Ferrugem.

A Anglo American iniciou as operações em Conceição do Mato Dentro em 2014. O projeto de exploração de minério de ferro foi comprado da MMX, do empresário Eike Batista, antes da fase de exploração. O complexo minerário conta também com um mineroduto, que leva a produção para o porto de Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro.

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