Corte em juros era necessário, diz integrante do BCE

Estadao Conteudo
07/09/2014 às 10:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:06

A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar taxas de juros para mínimas recordes na semana passada foi necessária para evitar os riscos de uma inflação excessivamente baixa, disse neste domingo (7) Sabine Lautenschlager, integrante alemã do Conselho Executivo da instituição.

"As baixas taxas de juros são justificadas", disse Sabine, em uma entrevista concedida à emissora de rádio alemã Deutschlandfunk. "O fato é que o crescimento que vemos na zona do euro como um todo é moderado demais para não querermos gerar uma arrancada de crescimento com baixas taxas de juros."

Além de fazer parte do Conselho Executivo, Sabine é um dos dois membros alemães do Conselho Diretor do BCE. O seu apoio ao corte na taxa é notável, porque o outro membro alemão, Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, se opôs às medidas de estímulo. Ele preferia avaliar os efeitos dos novos empréstimos bancários antes de tomar novas medidas, disse uma fonte familiarizada com o assunto na quinta-feira.

Sabine, uma ex-alta funcionária do Bundesbank, rebateu preocupações na Alemanha de que as políticas de dinheiro fácil do BCE estão punindo os poupadores do país ao reduzir as taxas que eles ganham sobre os depósitos bancários. Isso não é simplesmente um problema da Alemanha, afirmou, mas da zona euro de forma mais ampla. "Nós não decidimos a política monetária para a Alemanha sozinha - isso é muito importante", assinalou.

"Você não pode economizar dinheiro se não tem trabalho", disse Sabine. "E se o ambiente econômico é, em última análise, tão fraco que o crescimento econômico não pode ser gerado, então o BCE precisa pensar: Como posso garantir que o crescimento econômico seja gerado, que a inflação suba... Como posso assegurar que os empregos sejam preservados e permaneçam assegurados, ou que novos postos de trabalho possam ser criados?"

Na quinta-feira, o BCE reduziu mais uma vez o juro básico da zona do euro, de 0,15% para apenas 0,05% ao ano, novo piso histórico. Além disso, a instituição anunciou que passará a comprar financiamentos concedidos pelos bancos para incentivar a oferta de empréstimos. Fonte: Dow Jones Newswires.
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