Crise difícil de digerir: comer fora encarece, mas restaurantes garantem que tentam frear reajustes

André Santos e Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
26/04/2021 às 19:31.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:46
 (Lucas Prates/Arquivo Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Arquivo Hoje em Dia)

Quem almoça fora de casa diariamente ou pede marmitex para tele-entrega, em Belo Horizonte, tem sentido os preços cada vez mais salgados, nos últimos seis meses. Pesquisa do site Mercado Mineiro mostra que, de novembro de 2020 até agora, o preço médio do quilo em self-services, assim como o de pratos prontos, subiu entre 5,6% e 6,5% na capital, mais que o dobro da inflação no período. 

Além disso, o estudo aponta que, para quem frequenta tais locais por 30 dias no mês, o custo médio do almoço, mais uma bebida, chega a quase R$ 1 mil.

O curioso é que os donos dos estabelecimentos garantem estar evitando ao máximo repassar aos cardápios a enorme subida de insumos para cozinhar, como arroz, carne e óleo. Eles temem a ampliação da fuga de clientes iniciada com a pandemia. Muitos dizem até ter congelado o valor das refeições.

Dados

Segundo o Mercado Mineiro, o tíquete médio do quilo do almoço na cidade subiu de R$ 48,93 em novembro para R$ 51,68, em abril. Por um marmitex grande com suco ou refrigerante, o gasto mensal já chega a R$731,90, em 30 dias. Se a opção for pela comida a quilo, 500 gramas e a bebida somam R$943,26 no mês inteiro. 

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Para o economista Feliciano Abreu, os reajustes nos preços são resultado da elevalão dos preço de itens da receita das refeições. “Infelizmente, o que conseguimos ver é que a alta vai permanecer, mesmo com os estabelecimentos não repassando a totalidade dos aumentos nos insumos”, destaca.

Sem transferência

Representantes do setor de bares e restaurantes de BH asseguram que a maioria dos estabelecimentos não está, de fato, transferindo toda a alta constatada nos insumos para seus preços finais.

Segundo Mateus Daniel, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas (Abrasel-MG), os empresários agem assim porque, entre outros problemas, têm de lidar com o crescimento da concorrência, sobretudo após a pandemia.
“Muitos profissionais autônomos entraram no mercado com o delivery. Por essas e outras não há como repassar a alta dos insumos para os consumidores. Quem tentou fazer isso, perdeu clientela”, afirma Mateus.

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