Torcer fica mais caro

De churrasco a TV, inflação da Copa do Mundo pesa para incrementar a festa

Hermano Chiodi
hcreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 17/10/2022 às 07:00.
 (Fernando Michel)

(Fernando Michel)

O torcedor fiel é aquele que veste a camisa, enfeita a casa e prepara um churrasco para assistir ao jogo da Seleção brasileira com os amigos. Mas o custo para fazer essa festa completa está maior neste ano. Faltando 37 dias para o início da Copa do Mundo do Catar, que começará em 20 de novembro, levantamento feito pela XP Investimentos mostra que já está mais caro montar uma confraternização completa para curtir as partidas de futebol.

Segundo a XP, os itens normalmente mais consumidos durante o evento chegaram a registrar altas de até 80% desde a última edição, em 2018. Um problema para torcedores como Eleina Silva, moradora de Belo Horizonte, que gosta de enfeitar a casa para curtir a Copa do Mundo.

Ela é do tipo que cobre a casa com as cores da bandeira e da Seleção e diz que faz tudo com simplicidade para fugir dos aumentos, mas, mesmo assim, vai manter a tradição. “Sempre enfeito. Andei um pouco desanimada na última Copa, porém esse ano falei aqui na minha casa que vou enfeitar outra vez. Uso minhas bandeiras, bandeirolas, mas ainda vou comprar os balões”, diz.

Na lista dos produtos escalados para a pesquisa, o aumento principal ficou com a carne do churrasquinho, com aumento médio de 80%. A cerveja, outro produto com lugar garantido na seleção dos torcedores brasileiros, já registra aumento de 18% desde a última Copa. O refrigerante teve alta de 24%. 

E se o torcedor é daqueles que veste a camisa do time, é preciso disposição: o uniforme oficial da Seleção brasileira custa atualmente R$ 349,99, no site da fabricante – com aumento de 40% entre uma Copa e outra.

Troca de TV
Para quem sempre deixa o plano de trocar a TV para o ano de Copa, para estar com a estrutura de ponta para assistir as partidas, o equipamento, com demanda ampliada nesse período, vai pesar no bolso também: eles estão chegando ao mercado com aumento médio de 17%.

Haja orçamento para garantir participar do Mundial de camarote. E não adianta fugir de casa para tentar economizar na rua. “A inflação na rua é levemente menor em comparação à compra no supermercado, mas vale lembrar que, na média, consumir fora do domicílio é 15% mais caro”, ressalta Jéssica Oliveira, líder regional da XP Inc. em Minas Gerais.

Segundo ela, as razões para os aumentos dos produtos são várias e diferentes para cada item. “A alta da carne, que chama a atenção, está associada à maior demanda global, elevação dos custos de grãos e queda da área de pastagens com a crise hídrica dos últimos meses. Cerveja e refrigerante, em paralelo, tiveram alta relevante de custos, especialmente de embalagens, que têm cotação em dólares”, analisa.

Figurinhas
Nem mesmo uma diversão para todas as idades – mas sobretudo para as crianças – escapou da inflação da Copa. O álbum de figurinhas já virou febre, apesar de custar, neste ano, 16,5% a mais do que no último torneio.
A venda dos produtos já gerou um incremento de 347% nas bancas de jornais e revistas, de acordo com pesquisa feita pela Cielo, empresa de tecnologia e serviços.

Futebol e economia
O brasileiro é considerado o povo que mais se interessa por futebol no mundo, segundo pesquisa da Consultoria Nielsen e Toluna, seguido por italianos e espanhóis. No país, foram ouvidas 2 mil pessoas e 65% delas dizem se interessar pelo esporte.

E se é fã, não vai pensar duas vezes em gastar para acompanhar o Mundial. O mesmo levantamento aponta que metade dos entrevistados pretende fazer compras para acompanhar a Copa do Mundo – a maioria tem entre 25 e 44 anos. E 54% dizem que já começaram a juntar dinheiro para as compras de final de ano.

A Black Friday, marcada neste ano para o dia 25 de novembro, deve liderar as vendas de produtos entre os torcedores. Eletrodomésticos (59%), celulares e tablets (57%) e moda (56%) devem ser os itens mais vendidos na Black Friday de acordo com a lista de desejos dos torcedores.

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