Criptomoedas

Desvalorização do bitcoin reafirma importância de diversificar investimentos, avalia especialista

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
15/06/2022 às 17:28.
Atualizado em 15/06/2022 às 17:40

As seguidas quedas de criptomoedas atestam um momento de desvalorização desse ativo digital. Nesta quarta-feira (15), o bitcoin, principal moeda virtual do mundo, está valendo US$ 21.591,50 (cerca de R$ 108,6 mil), no menor valor desde dezembro de 2020.

O cenário reforça uma máxima do mundo dos investimentos: é importante diversificar os ativos, avalia a gestora da Vermont Investimentos, Isadora Lara. "Se você tem uma carteira apenas de criptomoedas, pode ficar dependente apenas desse ativo. Precisamos ter mais de uma classe de ativos", destaca.

A especialista acredita que as criptomoedas devem se consolidar no futuro, contudo ela adverte: "O problema é que não sabemos qual moeda virá para ficar, da mesma forma que no início da revolução da internet, usávamos o Yahoo para pesquisar – e atualmente o Google é a plataforma mais usada. É importante diversificar, acima de tudo", afirma.

Queda das criptomoedas
Mas, afinal, por que as criptomoedas estão em queda? Na avaliação da especialista, é necessária uma análise "macro" (mais generalizada) para responder a questão, que passa pela alta global da inflação e a tendência de aumento das taxas de juros em países desenvolvidos.

"Estamos passando por um mercado que está com medo, e as pessoas estão migrando para ativos com menor risco, com menos expectativa de perda de dinheiro. Estamos vendo uma flutuação que faz com que não só as criptomoedas, mas os mercados em geral venham apresentando negativas", explica Isadora Lara.

A apreensão envolvendo as criptomoedas cresceu ainda mais após duas das principais plataformas que as comercializam, Binance e Celsius Crypto, suspenderem os saques nessa segunda-feira (13). Na avaliação da especialista, são indícios de "precificação mais alta".

Investidores 
Apesar da desvalorização desses ativos digitais, investidores consultados pela reportagem estão mantendo a tranquilidade. O jornalista Fábio Rocha cita que uma das características do mercado das criptomoedas é justamente o risco.

"As pessoas que investem nesse tipo de mercado precisam ter conhecimento que o dinheiro usado para comprar bitcoin é pensado como valorização futura. Não podem investir em criptomoedas colocando o dinheiro que vão precisar em um curto prazo. Por isso se desesperam e iniciam os saques quando o mercado tem uma queda brusca", opina.

Na avaliação de Rocha, os episódios de suspensão de saques na Binance e na Celsius reforçam a necessidade de investidores não deixarem as moedas e os tokens (NFTs ou tokens não fungíveis) nas corretoras, mas sim, em "carteiras frias, chamadas hard wallet (arquivo físico, tipo pendrive)". "(Elas) são desconectadas da internet e dão mais proteção", esclarece o jornalista.

Outra investidora, que preferiu não ser identificada, compra bitcoins desde 2019. Ela também reforça que se trata de "um tipo de investimento de risco e com alta volatilidade".

"Portanto, não devemos alocar recursos de forma concentrada. Não me exponho ao nível de me sentir desconfortável com as quedas recentes", declara.

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