A grande subida no preço do pão em BH, atestada pela pesquisa do Mercado Mineiro (MM), foi causada pela alta dos insumos, durante a pandemia. De acordo com a Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), esses produtos já sofreram elevação de 14% a 16%, em média. O trigo, com 18% de aumento, e as embalagens (19%) são os maiores vilões - tudo isso ante um IPCA do mesmo período em torno de 6%.
Segundo Vinícius Dantas, presidente da Amipão, muitas panificadoras têm precisado reinventar modelos de negócios para se manter no mercado com competitividade. “Como o preço vem subindo, as vendas diminuíram. Com isso, muitos empresários aumentaram o mix de produtos, tentando compensar a diminuição no faturamento”, explica.
Os donos de padarias também dizem que não repassam o aumento dos insumos aos consumidores na integridade. Pamera Mattos, proprietária de uma padaria no Prado, Oeste de BH, diz que, se fizesse isso, afastaria a clientela. “Não há como repassar os custos. Se subirmos demais, perdemos freguês”.
Variação
Além da inflação de produtos, a pesquisa do MM também apontou gigantesca variação nos preços entre 29 padarias visitadas na capital. Os destaques foram o pão doce, com mínimo de R$ 10,49 e máximo de R$ 32,40 o quilo (208% de oscilação) e o pão sovado, com mínimo de R$ 12 e máximo de R$ 32,90 o quilo (174%). “As pessoas têm de redobrar a atenção e pesquisar melhores opções”, diz o economista Feliciano Abreu, do MM.
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