Elevação de preços nos cardápios muda hábitos da freguesia de bares e restaurantes de BH

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
10/09/2021 às 20:08.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:51
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A alta nos preços praticados pelos bares e restaurantes em Minas, causada pela alta da inflação que já acumula 9,68% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE, bem acima do teto da meta no ano (5,25%) –, fez com que 45% dos empresários do setor reajustassem os preços dos cardápios entre 5% e 10%, segundo dados da Abrasel-MG. Outros 20% aumentaram entre 10% e 15% e6% reajustaram os preços em mais de 20%.

Com a renda menor, fruto da perda do emprego em junho, e diante de cardápios cada vez mais salgados, a técnica de Nutrição Priscila de Cássia Oliveira, de 43 anos, suspendeu o lazer do fim de semana, que chegava a consumir R$ 200 a cada vez saída com as amigas. “Como moro em Nova Lima, a ida ao barzinho não se resumia ao gasto com bebidas, comidas e entrada nos estabelecimentos. Tinha também o transporte e tudo foi ficando mais caro. Sem emprego, ou ia para o bar, ou pagava as contas. Escolhi a segunda opção” afirma.

O designer gráfico Rafael Peçanha, 33, ainda frequenta estabelecimentos, mas deixou alguns hábitos de lado para não perder os momentos de lazer fora de casa, com a esposa. “Íamos com muita frequência a restaurantes japoneses. Hoje, só fazemos isso uma vez por mês. Deixamos de beber cerveja artesanal e hoje optamos pelas mais tradicionais, também por conta do preço. Não dá mais para gastar como antes”, explica Rafael.

Já a jornalista Priscila Mendes, 36, diminuiu bastante a frequência aos bares. Se, antes da pandemia, ela ia a tais locais de sexta a domingo, hoje o hábito não passa de duas vezes por mês. “Eu fiquei desempregada, mas não dá para abrir mão de um momento de descontração. Só não dá mais para ser na frequência de antes, porque os preços têm subido. De qualquer forma, um pouco é melhor do que nada”, diz.

Já o casal Ronaldo Carvalho e Juliana Silva trocou as ‘happy hours’ nos botecos por pequenos encontros com amigos em casa. Antes, o grupo gastava em média R$ 300 por saída; hoje, o custo caiu à metade. “A gente tem esse encontro semanal há mais de 5 anos, já é tradição. Quando os bares foram reabrindo, nós nos assustamos com os preços. Vimos que para manter a tradição precisávamos ficar em casa. Conseguimos manter o papo em dia, rir um bocado e nos divertir, de um jeito diferente, mas que agrada”, garante Ronaldo.

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