Investindo no futuro

Faculdades e bancos têm linhas alternativas ao Fies para bancar estudo superior

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 14/03/2022 às 06:30.
Com financiamento da própria instituição, Thaís e Daniela  vão se formar este ano em Psicologia em uma faculdade de Belo Horizonte (Maurício Vieira)

Com financiamento da própria instituição, Thaís e Daniela vão se formar este ano em Psicologia em uma faculdade de Belo Horizonte (Maurício Vieira)

Quem perdeu o prazo para se inscrever no Fies (programa de financiamento estudantil) deste ano, que teve o cadastro encerrado na última sexta-feira (11), não precisa se desesperar: existem outras formas de financiar o curso superior e realizar o sonho de ter um diploma universitário.

Muitas instituições financeiras e bancos oferecem crédito com taxas diferenciadas para os alunos universitários, mas a alternativa mais recomendada por quem atua no setor é que o aluno busque o financiamento próprio das instituições.

“Muitas faculdades privadas oferecem planos de financiamento próprio com prazos, juros e condições até mais interessantes que o Fies e são uma alternativa econômica”, conta Rodrigo Melo, coordenador financeiro das Faculdades Promove e Kennedy.

No Fies, o estudante paga uma parcela mensal e começa a quitar a dívida do financiamento no primeiro mês após sua formatura. Já nos programas próprios das instituições, conforme Melo, é possível obter parcelas menores e, em alguns casos, é possível obter um prazo maior de carência para iniciar a quitação.

No caso de financiamento bancário, muitas linhas, como no Banco do Brasil, dão preferência para o crédito estudantil consignado e, neste caso, é necessário que o estudante trabalhe em uma instituição que mantenha parceria com o banco.

Em outros casos, como linhas exclusivas ao financiamento estudantil, é necessário que o aluno fique atento às taxas de juros e aos prazos para quitação do empréstimo e observar se cabe dentro do orçamento da casa. Além disso, tanto o Fies quanto alguns financiamentos bancários exigem que o estudante tenha um fiador para garantir o empréstimo.

Para muitos estudantes que não dispõem de recursos para pagar um curso de graduação em instituição privada, conhecer os caminhos é essencial para realizar seus sonhos.

Este foi o caso de Thaís Carla Alves. Ela é estudante do último ano de Psicologia em uma universidade privada de Belo Horizonte. Segundo ela, “sem o financiamento, eu não conseguiria realizar meus projetos, formar em uma faculdade e buscar uma carreira na área que eu escolhi trabalhar”.

Sua colega no curso de psicologia, Daniela Moderau, conta que só buscou financiamento após enfrentar dificuldades para manter o pagamento da mensalidade. Ela lembra que irá formar e ter uma dívida para pagar, mas que ainda assim aposta no investimento hoje para garantir um futuro melhor para sua família.

Cuidados

O coordenador financeiro das Faculdades Promove e Kennedy, Rodrigo Melo, orienta que o aluno deve ficar atento ao contrato que está assinando quando vai buscar um financiamento para seus estudos. “Ficar atento às normas contratuais é o mais importante e não observar isso é o maior erro dos estudantes”, conta.

O índice de inadimplência nas universidades é bastante elevado. De acordo com o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, a taxa de inadimplência dos estudantes do ensino superior foi de 9,4% em 2021, um índice que vem sendo mantido desde 2016. 

Dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) mostram que, em 2021, as matrículas de início do ano reduziram 30% em relação ao ano anterior. Por isso, as instituições privadas têm oferecido uma série de descontos para atrair os alunos. 

Cláudia de Carvalho, gestora de relacionamento com alunos em instituições de ensino superior, conta que o Prouni, programa do governo, distribui bolsas integrais, referentes a 100% do valor da mensalidade, e parciais, de 50%. Porém, “muitas vezes o aluno que não consegue a bolsa integral encontra valores menores se buscar os incentivos e descontos diretamente nas instituições”. 

Uma oportunidade que deve ser utilizada com atenção para não assumir compromissos que o aluno não irá conseguir quitar. Para evitar cair neste problema, Rodrigo Melo recomenda fazer as contas e planejar. “É preciso conhecer o contrato que se está assinando e as consequências daquilo que se está assinando’’, disse.

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