Quem sonha com a casa própria em bairros da zona Sul de Belo Horizonte, como Lourdes e Funcionários, precisa ter renda mensal acima de R$ 45 mil para conseguir financiar o imóvel. Se o objetivo for morar no Belvedere, o rendimento exigido beira R$ 80 mil. Pelo menos é que o aponta levantamento da Loft, startup de mercado imobiliário, que considerou dados do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e as condições atuais de financiamento dos principais bancos.
O estudo utilizou uma plataforma digital própria – chamada Financiômetro – que calcula a entrada, a parcela inicial e a renda mínima para obtenção do crédito. A simulação levou em conta o financiamento de 70% do valor do imóvel, com pagamento em até 420 parcelas, média praticada por bancos como Bradesco, Itaú e Santander.
A pesquisa considerou o tíquete médio dos imóveis vendidos nos últimos seis meses em bairros da cidade. Em seguida, calculou as condições médias de financiamento bancário. O levantamento, no entanto, mostra que, embora os valores sirvam como referência, as condições podem variar de acordo com a análise bancária individual de cada comprador.
“Esses bairros se destacam por imóveis amplos e de padrão elevado, além da proximidade com centros comerciais e empresariais. É um perfil de comprador com mais fôlego para lidar com o crédito atual”, afirma o afirma o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
Segundo ele, com a alta dos juros e a exigência de uma entrada maior por parte dos bancos, as condições para financiamento estão mais exigentes. “Ainda assim, o mercado de Belo Horizonte mostra resiliência: o volume de transações caiu apenas 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
Conforme o gerente da Loft, muitos compradores têm recorrido a recursos próprios ou consórcio para facilitar a compra.
Dentre os bairros com valores não tão “salgados”, segundo o levantamento da Loft, está o Betânia (na região Oeste). O tíquete médio dos imóveis é de R$ 332 mil. A renda mínima é de R$ 10 mil e a parcela bancária do financiamento pode ficar em torno de R$ 2.926.
Belvedere tem condomínio mais caro que Copacabana
O levantamento sobre financiamento se soma a outro dado recente da Loft: o Belvedere é o quinto bairro mais caro do país em taxa de condomínio, com custo médio de R$ 2,4 mil por mês.
O valor é superior ao de regiões tradicionais da zona Sul do Rio de Janeiro, como Leblon, Ipanema e Copacabana. Veja a reportagem completa neste link.
* Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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