Diante do impasse entre operários e empresários da construção civil, pelo menos cinco grandes obras em Belo Horizonte, inclusive de instituições governamentais, estão paralisadas há quase uma semana, devido à greve da categoria. Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de BH e Região (Stic-BH), algumas construções em cidades do interior de Minas Gerais também foram suspensas por falta de acordo.
De acordo com o presidente da entidade, Davidi Quirino de Paula, a categoria não vai retomar os trabalhos enquanto não conseguir negociar aumento salarial, alimentação (almoço e café da tarde) e o fim da terceirização nos canteiros de obra.
“Já marcamos duas reuniões no Ministério do Trabalho, mas nenhum representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) compareceu. Como não há propostas, vamos manter a greve”, diz Davidi. Na terça-feira (3), centenas de operários fizeram uma manifestação no Centro da cidade.
Por meio de nota, o Sinduscon-MG informou que mantém as negociações em aberto com os representantes do Stic-BH. De acordo com o texto, a entidade “está buscando um entendimento alinhado com a realidade e com a conjuntura econômica nacional e do setor da construção, que deve registrar crescimento abaixo dos 2% neste ano”.
Apesar do aquecimento do setor nos últimos anos e do desequilíbrio entre oferta e demanda de trabalhadores, o que inflacionou os salários, o presidente do Stic-BH nega que a categoria tenha se beneficiado pelo boom imobiliário.
“Há quem diga que o salário da categoria foi valorizado por causa disso, mas a verdade é que a remuneração está sempre defasada”, afirma Davidi.