Hidrovias são as alternativas para combater gargalos logísticos de Minas Gerais

Bruno Porto
04/06/2014 às 07:27.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:51
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Depois da concessão pelo governo federal do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, considerado passo importante para destravar os gargalos logísticos da economia mineira, o governo de Minas pretende, até o final do ano, conseguir parceiros privados para construir e operar dois grandes portos fluviais no estado.

Pelo projeto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), estes portos seriam a base de estruturação do transporte de produtos em larga escala por hidrovias integrado a outros modais. O objetivo seria atender, principalmente, a demanda no agronegócio. 

Um estudo econômico-jurídico está em curso para apontar a melhor alternativa de se executar o plano, se por meio de Parceria Público-Privada (PPP) ou concessão do serviço à iniciativa privada. A diferença é que no primeiro caso o governo também é responsável por realizar investimentos, mediante repasses ao parceiro.

A informação é do secretário da Sede, Rogério Nery. “São dois portos fluviais em estudo em Minas Gerais. Estamos na fase de avaliação da melhor forma de se fazer isso, e teremos uma decisão este ano. Ainda não posso revelar onde serão para evitar transtornos”, disse.

Prisma comercial

O subsecretário da Sede, Antônio Eduardo, observou que este não é um plano “inventado” agora pelo governo, e que existem estudos em desenvolvimento há um ano. “Já existem ‘coisas’ iniciadas para o projeto. É certo que precisamos de um parceiro privado para ter a visão pelo prisma comercial. Os estudos econômicos e jurídicos vão indicar o perfil do parceiro”, afirmou.

No final de janeiro, o Executivo estadual publicou decreto no Diário Oficial onde criou o Grupo de Desenvolvimento Regional (GDR), com missão de produzir informações para o Plano Hidroviário Estratégico (PHE), visando a revitalização da hidrovia do Rio São Francisco. O PHE é de responsabilidade da União.

Ao que tudo indica, um dos portos a ser capitalizado é da hidrovia do rio São Francisco, em Pirapora, onde, inclusive, já houve encontros de representantes do governo de Minas com Administração da Hidrovia do São Francisco (AHSFRA), sendo um deles em novembro do ano passado. Outras duas possibilidades são os portos fluviais de Iturama (rio Grande) e o de Santa Vitória (rio Paranaíba).

O São Francisco corta, além de Minas, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe. São 1,3 mil quilômetros de rio navegável. Desta forma, o esforço do governo mineiro se somaria só dos outros estados que podem compôr a hidrovia em um plano nacional de transportes. 

Minas amplia países de destino de exportações

O governo mineiro lançou, nessa terça-feira (3), o “Panorama do Comércio Exterior de Minas Gerais” com dados relativos ao exercício de 2013. O documento, que reúne dados do histórico das importação e exportação do Estado, é o principal instrumento de divulgação do potencial comercial de Minas para o exterior.

No ano passado, Minas Gerais ampliou número de países de destino em cinco, atingindo 180 parceiros internacionais. São eles: São Tomé e Príncipe, Ilhas Virgens, San Marino, Ilhas Pitcairn e Andorra. 

O número de cidades exportadoras foi de 290, sendo que desse total, 28 exportaram pela primeira vez ou retomaram suas atividades ligadas ao comércio exterior em 2013.

Os dados apontaram, por outro lado, queda contínua do número de empresas exportadoras em Minas Gerais, o que foi admitido como um fator de preocupação. Desde 2008 este número está em queda. Naquele ano, 1.728 empresas exportaram, contra 1.380 no ano passado.

“Esse é o desafio com o qual trabalhamos. Enfrentamos resistência maior (das empresas para exportar) quando o mercado interno está aquecido” afirmou Fernanda Cimini, coordenadora do Exportaminas. 

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