Aposta ousada

Indústria se apega a lançamentos para alavancar em 13% a venda de chocolate na Páscoa

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
13/03/2023 às 07:45.
Atualizado em 13/03/2023 às 09:02
Serão produzidas 10 mil toneladas de produtos de chocolate e ovos em 2023 (Maurício Viera)

Serão produzidas 10 mil toneladas de produtos de chocolate e ovos em 2023 (Maurício Viera)

O preço do chocolate subiu e os fabricantes de ovos de Páscoa apostam nas novidades e na criatividade para garantir um feriado adocicado e com bom retorno econômico. Depois de passar o último ano caminhando de lado, os preços dos chocolates deram um salto de 14,48% em fevereiro, em virtude da Quaresma, mostra o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Ubiracy Fonsêca, diz que as apostas da indústria para a Páscoa não são feitas na véspera. Segundo ele, a produção começou em agosto do ano passado e os resultados apresentados pelas maiores empresas do setor indicam perspectivas de crescimento significativo. Foram produzidas 10 mil toneladas de ovos e produtos de Páscoa, o que demonstra um crescimento de 13% na produção em relação à temporada anterior.

“Três razões fundamentam as expectativas de uma Páscoa com crescimento e boas vendas: houve aumentos na produção, nos lançamentos e também na quantidade de pessoas contratadas, com um número superior a oito mil trabalhadores temporárias, que se dedicaram para atender a demanda do período”, diz Ubiracy. 

No país, média de consumo anual de chocolates por habitante fica em torno de 2,5 kg; na Europa esse número chega a 7 kg

Só na fábrica de chocolate da Nestlé e Garoto, houve um aumento de 10% na produção, com 12 milhões de ovos de Páscoa embalados e prontos para o consumo; expectativa semelhante aos apresentados pela Lacta , que prevê crescimento de até 15% nas vendas do período. Na Ferrero Rocher, a expectativa também é positiva com a aposta em produtos de alto padrão para servirem como presentes de Páscoa.

Segundo Ubiracy, o Brasil está entre os cinco maiores fabricantes de chocolate e tem um padrão de qualidade entre os maiores do mundo, com muito espaço para crescimento. No país, a média de consumo anual de chocolates por habitante fica em torno de 2,5 kg, enquanto na Europa esse número chega a 7 kg. “Isso mostra o potencial do setor e a Páscoa é uma oportunidade para consolidar esse mercado”, avalia.

Surpresinhas
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), serão 440 itens oferecidos pelas empresas. Desses produtos, 163 são novidades. Desde ovos de chocolate recheados com creme de pistache até brindes especiais como “o cachecol do Harry Potter”. Um aumento de 9% nos lançamentos, que mostra uma tentativa de atrair públicos mais diversificados.

Ressurreição
Um caso que chama a atenção é a situação das Lojas Americanas. A empresa é um dos maiores distribuidores de ovos de Páscoa do país, mas se vê envolvida em um escândalo de fraude contábil e dificuldade para honrar compromissos com credores. Agora, quer utilizar a Páscoa para provar que ainda tem capacidade de se recuperar.

“A Páscoa é a confirmação da normalidade das operações da Americanas. Com caixa já estruturado para o evento, foi possível acordar o pagamento à vista e antecipado, abrindo a possibilidade de negociar descontos com os parceiros que solicitaram novas formas de pagamento”, afirma Aleksandro Pereira, diretor comercial da empresa.

De acordo com Ubiracy Fonsêca, da Abicab, as dificuldades enfrentadas por alguns grandes varejistas não serão obstáculos ao sucesso das vendas, pois os fabricantes têm investido em alternativas para distribuição dos produtos. “As empresas se adaptaram e criaram canais próprios, vendas online e formas de se relacionar com os consumidores”, destaca.

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