Indústrias de autopeças só usam metade da capacidade de produção

Bruno Porto - Hoje em Dia
02/11/2014 às 07:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:52
 (Editoria de Arte)

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O parque fabricante de autopeças em Minas Gerais opera com 50% de ociosidade, segundo o diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes Automotores (Sindipeças) e presidente da Câmara Automotiva da Federação das Indústria do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Fábio Sacioto. Dados do sindicato apontam ainda para forte trajetória de queda dos indicadores de emprego e faturamento do segmento.

Em paralelo, as importações gradativamente avançam sobre o mercado interno. Para este ano, o setor trabalha com perspectivas negativas dado o cenário adverso, porém confia em contenção da perda de pessoal empregado a partir da adoção de medidas como férias coletivas. O saldo da balança comercial da indústria de autopeças acumula de janeiro a setembro resultado deficitário de US$ 7,4 bilhões.

“Além do aumento crescente das importações, o mercado interno também parou de crescer, piorando o cenário. A situação deve melhorar apenas em 2015”, disse Sacioto.

Sobre a interrupção do processo de enxugamento da força de trabalho, Sacioto avalia que em função dos custos de demissões e, sobretudo, as despesas com treinamento, as autopeças deverão manter seu quadro de empregados, ao menos até o início de 2015, quando espera-se uma retomada.

Dispensas

De janeiro a agosto deste ano em relação a igual período do ano passado, o pessoal empregado pela indústria de componentes automotivos no Estado encolheu 15%, aponta levantamento do Sindipeças. O mesmo estudo revela que o faturamento da indústria mineira de autopeças caiu 12% em agosto na comparação com igual mês de 2013.

No país, a situação é semelhante, com retração de 13,5% no faturamento e de 8% no emprego, considerando as mesmas bases de comparação. Já a utilização da capacidade instalada na média do país é superior a estadual, e fechou o mês de agosto em 68%.

Ainda de acordo com o Sindipeças, o faturamento do setor é dependente majoritariamente das encomendas das montadoras, sendo que 67,6% da receita é oriunda de contratos com as fabricantes de automóveis instaladas no país. O restante é dividido entre exportações, contratos intrassetoriais e o mercado de reposição.

A partir de abril, o saldo da balança comercial da indústria de autopeças no país foi negativo em todos os meses, até setembro. No ano, o déficit aumentou 0,3% sobre 2013.

As exportações do setor somam no ano, até setembro, US$ 6,2 bilhões e, apesar da queda de 17% na comparação com o mesmo período de 2013, totalizam menos da metade das importações, que somaram US$ 15 bilhões, e também tiveram retração, de 8,9%.

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