Retorno lento

Inflação dificulta recuperação dos lucros de bares e restaurantes, mas bom desempenho em junho anima

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
10/08/2022 às 19:54.
Atualizado em 10/08/2022 às 20:27
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A inflação está devorando o lucro dos bares e restaurantes de Minas Gerais. É o que mostra pesquisa realizada pela associação  que representa o setor (Abrasel-MG). Segundo o levantamento, apesar de um resultado positivo em junho, com 47% das empresas registrando lucro, mais da metade ainda trabalha com prejuízo.

Para Matheus Daniel, presidente da Abrasel em Minas, o crescimento, ainda que lento, vem sendo possível porque os empresários estão mais atentos aos custos e, mesmo diante da alta da inflação, têm evitado repassar o aumento para os preços dos produtos.

Segundo a Abrasel-MG, 72% dos estabelecimentos ainda não conseguem repassar todos os custos aos clientes, pois os preços já estão elevados. E ainda precisam arcar com endividamentos gerados no período da pandemia, quando os estabelecimentos ficaram fechados por vários meses. 

 “O caminho para a plena recuperação ainda é longo. Isso porque mais da metade do setor (53% dos respondentes) ainda trabalha com prejuízos ou em equilíbrio”, enfatiza o dirigente.

Investimento

Ainda assim, a melhora nos resultados dos últimos meses tem animado alguns empresários a ampliar seus negócios já pensando em bons resultados futuros. É o caso do chef Gabriel Trillo, do Omilía Restaurante, no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. 

Ele diz que depois de um período de muita instabilidade, os resultados de agora permitem sonhar com passos maiores. “Estamos todos saindo de muita inconstância e, agora, em 2022, estamos em condições de fazer planos de investimentos com mais segurança”, afirmou. 

No novo restaurante do chef Gabriel - que trabalha com alta culinária e pretende oferecer pratos inspirados na culinária e cultura regionais do Brasil - serão 22 empregos gerados.

(Daphne Carvalho/Divulgação)

(Daphne Carvalho/Divulgação)

 A pesquisa da Abrasel-MG mostrou que Gabriel não está sozinho. Quatro a cada dez empresários ouvidos pretendem contratar funcionários até o fim do ano. Outros 50% esperam manter o quadro de colaboradores atual e somente 10% têm a intenção de demitir no período. 

“Isso significa que ao menos 90% das empresas não irão demitir, pelo contrário: vão contratar ou continuar com a equipe atual, o que é uma ótima notícia e nos coloca mais distantes daquele sombrio 2020, onde presenciamos milhares de demissões e falências”, ressalta Matheus Daniel.

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