Pesquisa FGV

Inflação do Dia das Mães é a maior em 20 anos

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
05/05/2022 às 15:53.
Atualizado em 05/05/2022 às 16:09

Os presentes e os serviços mais procurados para o Dia das Mães deste ano apresentaram o maior aumento registrado para essa cesta nos últimos 20 anos. Em 2003, o reajuste foi de 10,83%. Já nos últimos 12 meses o aumento médio foi de 9,07%, ligeiramente abaixo da inflação acumulada no período, de 10,37%. Os dados são de levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) a partir de 31 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M).

A pesquisa também mostrou que os serviços foram os protagonistas dessa inflação, subindo 13,79%, sendo a alta puxada pelas passagens aéreas, cujos preços quase dobraram no período: avanço de 72,83%.

Também na cesta de serviços, restaurantes (8,13%), hotéis (5,72%), excursões e tours (4,54%) e salões de beleza (4,19%) sofreram aumentos, mas abaixo da inflação geral.

As atrações culturais apresentaram preços perto da estabilidade em relação ao ano passado: shows (0,12%), cinemas (1,33%) e teatros (1,42%).

O pesquisador e economista do FGV Ibre, Matheus Peçanha, avalia que a retomada pós-pandemia tem um papel importante nessa dinâmica. “O setor turístico apresentou um incremento na demanda que estava reprimida desde a pandemia da Covid-19, e os preços estão refletindo isso. No caso dos restaurantes, ainda há o agravante do custo dos alimentos, que tem sido o foco da inflação recente”, explicou.

Cesta de produtos
Pelo lado dos produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta de 22 bens duráveis e semiduráveis teve um crescimento médio de 4,25%.

As maiores altas vieram principalmente dos eletrodomésticos e do setor têxtil: cama, mesa e banho (11,04%), geladeira e freezer (8,73%), máquina de lavar roupas (7,5%), micro-ondas (6,75%) e roupas femininas (6,62%).

Na parte inferior da lista, os menores aumentos ficaram na conta da linha marrom e alguns bens semiduráveis: perfume (0,15%), computadores e periféricos (0,34%), celulares (0,65%), artigos de maquiagem (0,92%) e fogão (1,97%).

“Pelo lado dos presentes, a tônica parece ser a inércia”, avalia Peçanha. "Após um período difícil para o custo da indústria de bens duráveis com as commodities metálicas acumulando sucessivos aumentos em 2020 e 2021, a matéria-prima alcançou um patamar de estabilidade, mas nem isso e nem os benefícios tarifários proporcionados pelo governo parecem surtir efeito para segurar a ainda persistente (apesar de mais fraca) volatilidade nos preços ao consumidor final”, destacou o economista.

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