Inflação no mundo pet: pesquisa em BH mostra alta de preços bem acima do IPCA, nos últimos 12 meses

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
Publicado em 17/05/2021 às 19:11.Atualizado em 05/12/2021 às 04:57.
 (Evaldo Magalhães)
(Evaldo Magalhães)

Aquecido ainda mais na pandemia, que ampliou as compras e adoções de animais de estimação, o mercado Pet não para de crescer no país e em Minas, estado que concentra quase 5 mil lojas e clínicas do segmento, além de 5,4 milhões de cães e 1,7 milhão de gatos, ou 10% dessas populações em todo o Brasil.

Só ano passado, conforme o Instituto Pet Brasil, houve, nacionalmente, aumento de 13,5% no faturamento do setor em relação a 2019, atingindo R$ 40 bilhões. Para 2021, a expectativa dos empresários brasileiros do ramo, que atuam no terceiro maior mercado mundial (atrás de EUA e China), é de, no mínimo, repetir tal desempenho.

Acontece que os preços praticados por pet shops e centros veterinários também seguem em alta e, diga-se, bem acima da inflação, especialmente na capital. Divulgada ontem, pesquisa do site Mercado Mineiro (MM), realizada entre 10 e 14 de maio em mais de 20 estabelecimentos de diferentes bairros de BH, apontou elevações de mais do dobro do IPCA de 12 meses (5,6% sobre maio do ano passado) em alguns serviços.

Variação de preços entre estabelecimentos da capital, neste mês, atingiu percentuais bastante significativos. No caso do combo “banho e tosa” de cães de 10 a 15 quilos, por exemplo, o serviço oscilou 130%

O valor médio cobrado por banhos de cães de 10 a 15 quilos, por exemplo, subiu 44% no período, saltando de algo próximo de R$ 43 para mais de R$ 62. Já a diária cobrada no hotelzinho dos pets , em média, superou o custo de vida dos últimos 12 meses em mais de três vezes: passou de R$ 44,70 para R$ 53, ou 18,5% de alta.

Além disso, segundo o economista Feliciano Abreu, coordenador do MM, a variação de preços entre estabelecimentos, neste mês, atingiu percentuais bastante significativos. No caso do combo “banho e tosa” de cães de 10 a 15 quilos, o valor do serviço oscilou mais de 130% (entre R$ 60 e R$ 140). Em se tratando de vacinas, a distância foi ainda maior: a antirrábica, por exemplo, foi encontrada por R$ 30 (menor preço) e até R$ 85, com 183% de diferença.

“Isso mostra o quanto é importante para o consumidor avaliar custo e qualidade dos serviços dos pet shops. Em alguns casos, talvez valha muito a pena levar o cão ou gato a um local afastado de bairros nobres ou de regiões com menor concorrência (onde os preços são mais altos), fazendo bem ao bolso, mas sem deixar de cuidar direito do animal”, afirma Abreu. 

Essencial

A gerente da Cão Mania, na região Noroeste de BH, Claudiane Andrade, confirma os bons ventos no setor, que, além de considerado essencial na crise da Covid (e, portanto, de ter sido mantido aberto todo o tempo, desde março passado), teve boa adaptação aos canais digitais. 

“Na loja, nos últimos quatro meses, aumentamos o número de funcionários de quatro para seis, mas a comercialização on-line com entrega ainda é a principal fonte de faturamento. Temos quatro linhas de frente (de telefone) e dois números de Whatsapp”, afirma ela.

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