Jornais europeus concentram esforços no digital para aumentar o faturamento

Clara Roman - Folhapress
06/11/2013 às 20:00.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:58

SÃO PAULO - Jornais europeus têm investido em conteúdo digital para aumentar a rentabilidade. Um dos maiores conglomerados de mídia do continente, o Axel Springer, tem vendido ativos de mídia impressa para investir em conteúdo online -que já alcança 40% do faturamento da empresa.

O grupo, dono do tabloide "Bild", com 12 milhões de leitores, e do "Die Welt", um dos maiores jornais de circulação nacional na Alemanha, vendeu dois grandes jornais regionais por 1 bilhão de euros, e vai investir esse dinheiro em conteúdo digital.

Enquanto o faturamento da parte impressa do grupo caiu 45 milhões de euros nos últimos dois anos, o da parte digital cresceu 200 milhões de euros.

Já o "Le Figaro", jornal francês fundado em 1826, tem aumentado o espaço para conteúdo patrocinado, isto é, produzido sob medida para determinada marca.
Os dois tiveram de reinventar formatos em meio a uma diminuição de sua circulação e a migração dos leitores dos jornais para a internet.

Os casos foram apresentados no seminário do Inma (International News Media Association). "Levamos o jornal para todos os canais disponíveis", afirma Pit Gottschalk, diretor de conteúdo do Axel Spring. O grupo também passou a cobrar o conteúdo do meio digital e afirmou que o jornal trabalha com apenas um "deadline" online e impresso- jargão para o prazo de fechamento das edições.

Já o "Le Figaro" fechou parte do conteúdo, mantendo o grosso das notícias aberto ao público, e aumentou as receitas através da publicidade patrocinada. Isso ocorreu, por exemplo, na semana de moda de Paris, quando fizeram uma cobertura especial a pedido da Sony, que queria aumentar a inserção do seu novo tablet para o público feminino.

Esse tipo de publicidade fez sucesso com marcas de cosmético como a LongChamp, que patrocinou um evento com leitoras, promovido pelo grupo, que incluía seção de manicure, desfiles e mais Ç 200 euros para as 40 clientes selecionadas comprarem bolsas no evento. Além do jornal, o grupo também possui uma revista feminina, a "Madame". Cerca de 40% das receitas de publicidade vem do mercado de luxo.

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