Contas em atraso

Jovens de 18 a 29 anos estão devendo mais em BH; grupo é responsável por 55% das dívidas na capital

Da Redação
17/08/2022 às 13:26.
Atualizado em 18/08/2022 às 07:45
Esta faixa da população concentra mais de 55% das dívidas e o uso excessivo do cartão de crédito é principal motivo da inadimplência (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Esta faixa da população concentra mais de 55% das dívidas e o uso excessivo do cartão de crédito é principal motivo da inadimplência (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A inadimplência na capital mineira cresceu 0,78% em junho em comparação a maio, e o grupo responsável por puxar esse índice são os jovens. Mais de 55% das dívidas são de consumidores entre 18 e 29 anos, segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) divulgada nesta quarta-feira (17). 

“Dentre os fatores que explicam o endividamento nessa faixa da população está o uso excessivo do cartão de crédito. Com a alta taxa de juros vigente, tem sido cinco vezes mais caro utilizar o crédito. Por este fator, e também pela média salarial mais baixa, a população dessa faixa etária tem se endividado progressivamente”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Em função desse cenário, o dirigente reforça a necessidade de um planejamento financeiro e, também, sempre que possível, optar pelo pagamento total das faturas do cartão de crédito. “Pagar o valor mínimo da fatura não é a melhor escolha para a saúde financeira, pois além de adiar uma dívida, os juros crescem ainda mais. O ideal é planejar o uso da renda, priorizando as contas essenciais e tentar, ao máximo, fugir de refinanciamentos e gastos desnecessários”, aconselha.

De acordo com o Banco Central (BC), a taxa de juros anual cobrada em faturas atrasadas estava em 364% em abril. Para os brasileiros que optaram pelo pagamento parcelado, a taxa média cobrada foi de 175,1%. Esses são os dados mais recentes, em função da greve dos servidores do BC que paralisou as divulgações recorrentes como o boletim Focus e notas dos setores de crédito e externo. 

Menos dívidas entre os idosos

Ao contrário dos jovens, os idosos entre 65 e 94 anos foram os que menos concentraram dívidas em junho - 13,09% do total. Uma explicação para isso seria o pagamento antecipado da primeira parcela do 13° salário. O recurso extra permitiu, na avaliação da CDL, aliviar as contas e aumentou o poder de pagamento dessa população. 

A pesquisa da CDL mostra que a inadimplência cresceu em um ano - na comparação entre junho de 2022 e o mesmo mês de 2021 - em 6,58%. “O ano de 2021 registrou uma retração de 6,64% na base de devedores em função do auxílio emergencial, negociações e adiamento de prestação. Com o fim dessas medidas, a tendência de crescimento do endividamento se confirmou”, afirma Marcelo Souza e Silva.

O avanço da inadimplência em Belo Horizonte não é um caso isolado. Em todo o país, o indicador cresceu. A recente pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que quatro em cada dez brasileiros adultos (38,68%) estavam negativados em maio de 2022. São 62,37 milhões de consumidores pessoa física inadimplentes.

Em maio de 2022, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 5,81% em relação ao mesmo período de 2021. Em relação a abril de 2022, o número aumentou em 0,8%. Na soma de todas as dívidas, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.564,82 para 1,89 empresas credoras, em média. Porém, mais da metade das dívidas (50,32%) é de até R$ 1 mil.

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