Lojas de vinho em BH esperam faturar até 3 vezes mais na virada do ano

Raul Mariano - Hoje em Dia
10/12/2014 às 07:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:19
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Lojistas especializados em vinhos esperam faturar até três vezes mais neste fim de ano em Belo Horizonte. Além da demanda tradicional do público amante da bebida, os empresários aguardam também empresas que buscam pelo produto para presentear os funcionários. Em algumas lojas, as vendas para pessoas jurídicas devem chegar a 60% do total.

A Associação Mineira de Supermercados (Amis) prevê um crescimento de 8% para o segmento em relação ao mesmo período do ano passado. Dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Inbravin) apontam que, em todos os Estados, as vendas do produto devem crescer 10% no mês de dezembro. O percentual corresponde a mais de 11 milhões de litros de vinho. Em 2013, Minas Gerais consumiu 3,5% de todo vinho comercializado no país. Um total de mais de 700 mil litros da bebida. Com a projeção de alta nas vendas, os comerciantes da capital já estão com os estoques abastecidos.

O diretor da loja Vinces Wine & Coffee, Diocélio Goulart, relata que seis mil garrafas de vinho foram encomendadas para o período de fim de ano. Desse total, ele projeta que metade seja vendida em dezembro, sendo que pelo menos 33% sejam destinados às empresas revendedoras. Com opções para todos os gostos e bolsos, a loja oferece vinhos que vão de R$ 35,00 a R$ 464,00.

“No ano passado nós tínhamos cerca de 40 rótulos disponíveis na loja. Neste ano já temos 100. Estamos focando na exclusividade para atendermos uma demanda específica. Temos vinhos brasileiros, americanos, europeus e até da Oceania. Os chilenos e argentinos estão entre os mais procurados, por causa do preço, da qualidade e do sabor que agrada o paladar do brasileiro”, explica.

O sommelier da Enoteca Decanter, Nelton Fagundes, conta que a loja colocou 1.445 rótulos de vinhos disponíveis para o período natalino, além de 125 rótulos de espumantes. Para ele, o projeção é de um aumento de 40% nas vendas de vinho no comparativo com ano passado.

“Temos vinhos do mundo inteiro, mas os que mais vendem são os argentinos, chilenos e italianos. Como o perfil de público é heterogêneo, temos rótulos de R$ 23,00 até a faixa de R$ 10 mil, que possuem 500 anos de história e têm público consumidor na capital”, diz.

 

Cestas e Kits

A inovação foi a saída encontrada pela Casa Rio Verde para conseguir aproveitar ao máximo o momento de aquecimento na venda de vinhos. A loja criou kits temáticos combinando rótulos de países como Itália, Portugal e França, além de cestas incluindo alimentos que podem ser harmonizados com o vinho.

“Esperamos ter um ganho de no mínimo 6% em relação ao ano passado nas vendas de vinhos. Temos mais de 250 rótulos entre argentinos, chilenos, espanhóis, italianos, portugueses, franceses. Há desde o Don Quijote R$ 19,98 ao Chateau Petrus safra 1996 de R$ 9.950,00”, comenta a gerente geral da loja, Renata Andrade.


Consumo do brasileiro ainda é pequeno

A meta da Inbravin e da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba) é incentivar o consumo de vinho no país. Hoje, a média nacional é de 1,9 litro por habitante e a meta é que esse número chegue a 2,5 litros per capita até o final de 2016. Nesse período, a cadeia de produtores e comerciantes de vinhos finos brasileiros busca chegar aos 40 milhões de litros comercializados por ano.

“Tivemos um ano com um cenário macroeconômico muito difícil, influenciado sobretudo por eventos como a Copa do Mundo que favoreceu mais o mercado da cerveja. Estamos promovendo ações educativas nos pontos de vendas como os supermercados. Acreditamos que esse é o caminho para tornar o vinho mais comum para o público que ainda desconhece a bebida”, comenta o presidente da associação, Adilson Carvalhal Junior.


Serra Gaúcha destaca-se no país

Os vinhos brasileiros ainda têm muito para evoluir. Mas a região da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, já se destaca pela qualidade de seus vinhos, especialmente o município de Bento Gonçalves.

A latitude da região está próxima das condições ideais para vinhedos, mas as chuvas costumam ser excessivas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006. 

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