Mercado financeiro tem ritmo alterado pela morte de Campos

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
14/08/2014 às 08:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:47
 (Bovespa)

(Bovespa)

O acidente aéreo que matou Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, alterou o ritmo do mercado financeiro e derrubou a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). Logo após a confirmação do falecimento de Campos, a bolsa caiu 2,15%. No fim das negociações, o Índice Bovespa (Ibovespa), que reflete as ações mais negociadas, fechou em queda de 1,53%.

As ações da Petrobras chegaram a derreter 6,2% durante o pregão, fechando em retração de 4,76%. A redução acentuada na cotação dos papéis da estatal petrolífera é reflexo da insegurança do mercado para fazer uma leitura sobre os rumos das eleições presidenciais após a morte de Campos. Segundo o gestor de Investimento da Corretora HH Picchioni, Paulo Amantéa, “há uma indefinição de para onde vão os votos de

Eduardo Campos e isso causa volatilidade do mercado”, afirma. Ainda de acordo com Amantéa, até a próxima pesquisa de intenção de voto o mercado será marcado por fortes oscilações.

A dúvida, agora, é para onde migrarão os votos de Campos: Dilma, Aécio, Marina, se for candidata, ou brancos. A preferência do mercado é clara. Segundo Amantéa, em março as ações da Petrobras giravam em torno de R$ 11. Com o início das publicações das pesquisas eleitorais, que indicavam uma avanço do candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, e queda da candidata à reeleição Dilma Rousseff, o preço dos papéis subiu para a casa dos R$ 20. De acordo com o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, o mercado não recebe bem as intervenções de Dilma na economia, como no caso da renovação antecipada das concessões das usinas de energia, mediante redução da conta de luz do consumidor, que derrubou o preço dos papéis de várias geradoras, incluindo a Cemig.

Marina

“A primeira reação do mercado financeiro foi muito negativa porque os investidores temiam que Marina Silva, candidata a vice na chapa de Campos, também estivesse na aeronave”, disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. “Quando descobriu-se que ela estava em São Paulo, o impacto negativo foi amenizado”.

De acordo com o economista, caso Marina assuma a liderança na chapa do PSB, “aumenta a 100% a chance de haver segundo turno na eleição presidencial de outubro”.

“Ela tem um poder político muito grande, na minha opinião, talvez até maior que Campos”, afirmou.

Com agências

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