(Carlos Roberto)
A cotação do dólar comercial atingiu o menor patamar dos últimos cinco meses, nesta semana, chegando a R$ 2,20, na última quarta-feira. Desde outubro do ano passado a moeda norte-americana não registrava queda tão acentuada.
Segundo especialistas, a valorização do real torna o momento bom para aqueles que planejam viagem internacional ou terão que arcar com compromissos futuros em moeda americana (compras, por exemplo), desde que haja parcimônia na hora de comprar a moeda.
“O que eu normalmente aconselho às pessoas é que não coloquem todos os ovos em apenas uma cesta. Comprar com o câmbio mais baixo vale a pena, mas não tudo de uma vez. O ideal é ir comprando aos poucos, para não ser surpreendido por preços menores mais à frente”, afirma o coordenador do curso de Economia do Ibmec Minas, Márcio Salvato.
Causa e Efeito
O diretor do Grupo Picchioni, direcionado à assessoria em investimentos, câmbio e serviços financeiros, Cristiano Ratton, também defende a cautela do consumidor nesses momentos, mas reforça a importância de aproveitar a fase atual.
“A questão do câmbio é imprevisível, porque o dólar tem uma volatilidade muito grande, e sensibilidade também a qualquer notícia que pareça favorável ou desfavorável, em termos mundiais ou do que aconteça na economia brasileira”, diz Ratton. De acordo com ele, a desacelaração na cotação da moeda estrangeira acontece em função da perspectiva da economia americana, uma vez que o Banco Central americano previa uma reação melhor do que a que está se configurando, atualmente.
“Nesse sentido, a economia não evoluindo como eles estavam projetando, cria-se a necessidade de postergar o enxugamento da liquidez que eles planejavam. Isso tem efeito no mundo todo, principalmente, aqui no Brasil”. l
Previsão de tendência só para o longo prazo
O sobe e desce do dólar divide opiniões sobre perspectivas e tendências de comportamento da moeda. Para o coordenador do curso de Economia do Ibmec Minas, Márcio Salvato, é prematuro afirmar se a tendência é de queda continuada.
“As tendências são de curto prazo e quebram-se com uma facilidade muito grande. Até porque, se as pessoas acharem que os preços baixos são uma tendência, elas começarão a comprar muito e o aumento da demanda vai encarecer o dólar”, diz.
Já o diretor do Grupo Picchioni, Cristiano Ratton, a expectativa é de desvalorização do real, a longo prazo. “Em função da situação macroeconômica estrutural do Brasil, principalmente do déficit de transações do país, em três anos, acredito que o dólar vá se valorizar mais. No curto e no médio prazos, vai depender da situação política”, afirma Ratton. l